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FPF lança Programa Jovens Árbitros com o objetivo de profissionalizar arbitragem brasileira

Gazeta Esportiva

Por Gustavo Viola

São Paulo, SP
Nesta quinta-feira, a Federação Paulista de Futebol lançou o Programa Jovens Árbitros, cujo objetivo é oferecer uma estrutura profissional à arbitragem brasileira. Ao todo, 14 árbitros, com até 32 anos, foram selecionados para o projeto. O evento de apresentação foi realizado no Edifício Pelé, sede da entidade, e contou com a presença de diversos nomes importantes do futebol brasileiro, como: o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, e o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme.



No total, a Federação irá investir R$ 1,2 milhão no projeto, que oferece salário, plano de saúde e infraestrutura para treinamentos aos árbitros. O programa terá oito meses de duração.

A ideia do projeto é que os árbitros se dediquem exclusivamente à arbitragem. Dessa forma, será oferecida uma estrutura profissional, semelhante à que os atletas de alto nível possuem.

“Estamos tentando resgatar o trabalho do árbitro, resgatar o crescimento da arbitragem, que é sempre muito tímido, é sempre muito desigual. Enquanto os clubes investem em profissionais de alto rendimento e tecnologia, a gente caminha para a mesma coisa. Nós temos que dar para a equipe de árbitros o mesmo tratamento profissional que os atletas têm. Isso é um passo, um passo importante e um recado importante. É o início? É o início, mas nós não vamos parar”, afirmou o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos.

Os 14 profissionais terão uma rotina semanal de treinamentos, acompanhamento psicológico e ainda receberão uma bolsa-auxílio de R$ 2.600, todos continuarão atuando e recebendo suas diárias normalmente. Terão direito ainda a plano de saúde, plano odontológico, curso de inglês e espanhol, atendimento psicoterápico e nutricionista. Além de treinamentos técnicos e físicos e aulas sobre tática.

As rotinas serão diárias, de segunda a sexta, de manhã e tarde. Os treinamentos físicos acontecerão no NAR (Núcleo de Alto Rendimento), espaço que recebe atletas de elite do país e que recentemente firmou parceria com a FPF para acompanhamento dos árbitros da entidade. Eles também podem utilizar a SmartFit, academia que conta com centenas de unidades por todo país, para quando estiverem em viagem.

Os 14 selecionados são: Caio Carvalho Pereira, Denis Matheus Afonso Ferreira, Gabriel Henrique Meira Bispo, Giovani Crescêncio, Guilherme Francisco M.S. Rosário, Gustavo Holanda de Souza, Henrique Perinelli Oliveira, Hermínio Henrique K. Dalmen, Izabele de Oliveira, Juliana Vicentin Esteves, Marianna Nanni Batalha, Murilo Tarrega Victor, Rodrigo Fernandes Junior e Vinicius Lima Nunes dos Santos.

“Esta manhã é especialmente emocionante. Nós todos da federação não temos nenhuma pretensão de que com 14 árbitros a gente pode mudar e melhorar os 400 da mesma forma, mas nós vamos melhorar os outros, nós vamos chegar mais perto dos outros árbitros, nós vamos abraçar novamente em outras oportunidades", disse Reinaldo Carneiro Bastos.



Programa Pioneiro


O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme, disse à Gazeta Esportiva que o programa pode ser usado como exemplo para outras federações do futebol brasileiro.

“É um programa pioneiro. Por ser pioneiro, a CBF vai acompanhar de perto o programa da Federação. Acho que esse programa tem que servir como base para as outras federações também. A partir disso, avaliaremos daqui a oito meses. E é uma tendência. É uma tendência que se invista na profissionalização e nos trabalhos cada vez mais frequentes para os árbitros de futebol."

Jovens Árbitros


Gustavo Holanda de Souza, um dos árbitros que integram o programa, revelou qual o principal aspecto positivo do projeto para a arbitragem.

“A principal diferença é poder realmente viver a arbitragem 24 horas. O árbitro durante todos os momentos do futebol teve que dividir entre trabalho e demais funções. Hoje, podemos nos dedicar à arbitragem, estudar sobre questões táticas e técnicas do futebol e realmente nos dedicarmos fisicamente”, relatou à Gazeta Esportiva.

Já a árbitra Juliana Vicentin Esteves destacou que o programa poderá proporcionar uma preparação igual aos dos atletas, algo que não ocorria anteriormente.

“Esse programa é algo que todos os árbitros sempre sonharam. Foi difícil sair do papel porque envolve muitas questões, mas a arbitragem precisava desse incentivo de ter essa preparação. Porque todos os atletas se preparam, técnicos se preparam e arbitragem se preparava, mas não de uma forma profissional. Então acabamos ficando em desvantagem”, afirmou.


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