Dois jogadores da seleção francesa de rugby são detidos por abuso sexual na Argentina - Gazeta Esportiva
Dois jogadores da seleção francesa de rugby são detidos por abuso sexual na Argentina

Dois jogadores da seleção francesa de rugby são detidos por abuso sexual na Argentina

Gazeta Esportiva

Por AFP

08/07/2024 às 23:28 • Atualizado: 09/07/2024 às 16:11

São Paulo, SP

Existem "elementos contundentes" na versão de uma suposta vítima de abuso sexual cometido na Argentina por dois jogadores da seleção francesa de rugby, Hugo Auradou e Oscar Jegou, presos em Buenos Aires, informou a promotora Daniela Chaler nesta terça-feira.

"As lesões são compatíveis com o relato da vítima, que não necessariamente podem ser exclusivas de um abuso sexual", disse Chaler à rádio LV10 de Mendoza (1.100 km a oeste de Buenos Aires), província onde ocorreu o incidente.

"O depoimento foi bastante longo, extenso, detalhado e corresponde, em princípio, às conclusões do corpo médico forense. Há elementos contundentes", acrescentou a promotora-chefe da unidade de crimes contra a integridade sexual nesta província.

Os jogadores serão transferidos entre quarta e quinta-feira para Mendoza, onde serão realizadas as perícias correspondentes, disse à AFP o porta-voz do poder judicial da província, Martín Ahumada.

Se forem acusados após os resultados, poderão ser mantidos em prisão preventiva durante o processo judicial, que será realizado a portas fechadas.

Hugo Auradou e Oscar Jegou integraram a seleção francesa que venceu a Argentina em um amistoso no último sábado, em Mendoza.

Segundo a imprensa local, o suposto ataque ocorreu no Hotel Diplomático de Mendoza, onde estavam hospedados jogadores e comissão técnica durante o primeiro treino contra os 'Pumas', como é conhecida a seleção argentina.

A promotora do caso, Cecilia Bignert, solicitou a prisão imediata dos suspeitos, que permanecem detidos em Buenos Aires à espera de uma comissão policial para transferi-los para Mendoza, confirmaram fontes policiais à AFP.

"Agimos rapidamente com medo que eles deixassem o país", explicou Ahumada.

Chaler destacou, por sua vez, que "é necessário que um tradutor vá [a Buenos Aires] porque estes dois jovens não falam espanhol, por isso devemos garantir que entendam o motivo de sua prisão e transferência para a província de Mendoza".

Acrescentou ainda que "ninguém do Governo de França se comunicou com o Ministério Público" argentino.

Se forem considerados culpados, os atletas poderão condenados a penas de até 20 anos de prisão.

"Atrocidade indescritível"


O presidente da Federação Francesa de Rugby (FFR), Florian Grill, declarou na segunda-feira: "Há uma investigação em curso. Ainda não temos todos os detalhes porque acabamos de chegar a Buenos Aires com Jean-Marc Lhermet" (vice-presidente da FFR), disse à imprensa.

"Se os fatos forem comprovados, são incrivelmente graves. Temos que pensar na jovem. É o contrário de tudo o que o rugby é, de tudo o que o rugby faz, de tudo o que o rugby constrói (...) mas devemos deixar que aconteça a investigação, que é necessária", acrescentou.

"Se a investigação confirmar os fatos alegados, constituem uma atrocidade indescritível. Um pensamento para a vítima", escreveu a ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Castéra, na rede social X.

Os clubes dos atletas emitiram comunicados dizendo que não comentariam o caso até que "informações mais precisas" estivessem disponíveis e mediante "conclusões iniciais" da investigação.

O escândalo aconteceu um dia depois de Melvyn Jaminet ter sido expulso da seleção francesa após declarações racistas em um vídeo publicado no domingo e pelo qual se disse "envergonhado".

"O primeiro árabe que encontrar na rua, vou bater com o capacete", disse Jaminet (25 anos), que gravou um vídeo curto de si mesmo e sem data, postado no Instagram e que acabou sendo excluído depois.

A FFR condenou com a "maior veemência" os comentários do atleta, que são "totalmente inaceitáveis e contrários aos valores fundamentais" do rugby.

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