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Hernanes se declara ao São Paulo e sonha com a Libertadores

Gazeta Esportiva

Por Redação

São Paulo, SP
O acerto de Hernanes com o São Paulo era muito aguardado por todos que participam do clube de alguma forma, seja na arquibancada ou em uma cadeira de dirigente. Por isso, o anúncio do vínculo, agora em definitivo e por três temporadas, foi tão exaltado nas redes sociais oficiais do tricolor e nos perfis de fãs declarados.

O jogador curte os últimos dias de férias em Fernando de Noronha, mas a pressa são-paulina não fez a distância ser problema. Representantes do São Paulo foram até a bela ilha brasileira para concluir o negócio e também gravar a primeira entrevista do Profeta nesse seu retorno ao clube que o formou.

Em oito minutos de conversa, Hernanes tranquilizou quem suspeita de sua condição física, exaltou sua ligação com a equipe do Morumbi, se mostrou ambicioso por fazer história e deixou claro que conquistar a Copa Libertadores da América é o objetivo maior.



Leia a entrevista completa:

“33 anos é uma idade simbólica, tem muito significado para mim: a idade de Cristo para um profeta. Voltar ao São Paulo, às origens, tem tudo a ver. Estou jogando sem dor nenhuma e pronto para viver um ciclo vitorioso de conquistas que eu não tive até hoje. Estou muito motivado e esperançoso, me vejo mais pronto e mais preparado”

“Eu sempre quis aliar a técnica que sempre tive com mais força, explosão e velocidade. Eu nunca fiquei satisfeito com isso. Hoje eu vou para campo e me sinto satisfeito com todas as condições técnicas e físicas que tenho. É um momento muito interessante e quero aproveitar da melhor maneira”

“Estou tentando encontrar palavras para descrever, porque é como se fosse um presente para mim. É um presente de Deus, do universo, da vida, como se me dissessem: ‘Tu estás pronto para realizar o que trabalhou a vida inteira para isso, então está aqui a oportunidade mágica, de ouro para tu fazer isso’. E eu estou encarando dessa maneira. É muito lindo viver esse momento, é um momento mágico onde as coisas se encontram.

O esforço que o São Paulo fez para me buscar, quando o Alê (Alexandre Pássaro, gerente de futebol) me falou ‘Estamos aqui’, eu falei ‘Como assim? Nem sabia que tinha voo de madrugada aqui para Noronha’. Esse esforço, juntamente com o torcedor, é muito lindo. Quando o Alê foi a Miami e me mostrou o projeto eu refleti sobre o esforço que fiz para dar certo no São Paulo.

Já contei algumas vezes, mas ninguém sabe. Dos 16 aos 20 anos eu fiquei no São Paulo, na maioria das vezes no banco de reservas, no juniores, juvenil, sem contrato. Meu empresário dizia que outros times queriam assinar contrato de dois anos, eu recebia ajuda de custo, mas dizia: ‘Não, vou jogar no São Paulo’. Aos 20 anos os caras realmente não me queriam e aí eu tive que ir embora e fui para um dos rivais (Corinthians). Estava indo tudo bem, mas aí, de repente, eu soube que o São Paulo me queria, e eu voltei sem pensar.

Agora vejo esse esforço que estão fazendo, o torcedor, isso é mágico. Não tenho palavras para dizer o quanto a vida é linda porque isso é um presente para mim, por todo o esforço que fiz, a dedicação, o amor. Receber tudo em troca”




“2017 foi um momento também mágico também porque nem nos melhores sonhos e planos eu imaginaria algo como aquilo. Foi espetacular. E agora, nessa terceira etapa, vem uma carga de expectativa altíssima do torcedor. Eu sei que a expectativa destrói as melhores viagens, os melhores restaurantes, destrói tudo, porque quando a pessoa tem alta expectativa, aquilo que era o melhor, era o bom, nunca é o suficiente. Não há deslumbramento.

Por mais que eu acredite que seja uma coisa mágica, não há deslumbramento, não acho que serão mil maravilhas. Estou concentrado para plantar e preparado para trabalhar. Se eu não errar a preparação, não errar a receita, a chance de ter algo duradouro, intenso e permanente será maior”

“Eu queria criar uma identificação com o clube, com o torcedor. Na Lazio quase fiz isso, mas depois fiz uma coisa que me arrependo até hoje: fui jogar contra a Lazio, fiz um gol e aí dei um mortal e aí os caras... quebrei um pouco esse encanto que tinha meu com o torcedor. Mas com o São Paulo não. Com o São Paulo tudo sempre foi perfeito. Intrigas, brigas, nada disso aconteceu. Uma história perfeita, limpa, clara e isso para mim é muito importante. Eu quero manter isso porque é a minha casa, eu pertenço àquele lugar e isso é muito gostoso”

“Se eu parasse hoje, estaria satisfeito. Tenho sonhos ainda para alcançar, um deles, com certeza, é ganhar uma Libertadores pelo São Paulo. Seria um desses sonhos que trago comigo. O que o torcedor pode esperar de mim é a mesma paixão de sempre. Nós que vestimos aquela camisa temos que entender: você pode errar uma partida, um jogo e jogar abaixo daquilo que você pode, faz parte, é humano, mas no São Paulo você não pode errar dois jogos. É isso que nós jogadores temos que entender e é isso que o torcedor pode esperar de mim. Vou dar o máximo para cada jogo honrar essa camisa e conseguir os três pontos porque essa camisa é muito grande”.


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