Denis se despede do São Paulo e ganha elogios de Diego Lugano
Por Redação
São Paulo, SP“Esse ano foi o ano mais difícil como atleta defendendo o São Paulo e acho que para a instituição São Paulo também foi um ano difícil. Quando o Dorival veio para cá, ele me chamou para conversar, perguntando se eu poderia ajudá-lo de alguma forma. Falei que iria ajudar e voltar a ir para os jogos sem pensar se iria jogar. Queria que o São Paulo saísse o mais rápido possível da situação difícil que estava passando”, disse Denis, que soma 173 jogos com a camisa tricolor.
“Conversando com os meninos e com os mais velhos, com o Lugano, com o Petros, ficávamos às vezes duas, três horas em um jantar sentados na mesa conversando sobre o que poderíamos fazer para que a gente pudesse ajudar todo mundo. A torcida estava fazendo a parte dela. Todo jogo era 50, 60 mil pessoas no Morumbi. Ia jogar no Pacaembu, 30 mil pessoas, e a equipe não conseguia corresponder à altura do que a torcida estava fazendo”, completou.
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Embora tenha perdido a titularidade para Renan Ribeiro e caído no ostracismo nesta temporada, Denis seguiu mantendo a mesma conduta no dia-a-dia do time e não baixou a cabeça. A postura do goleiro chamou atenção até de Lugano, que tratou de enaltecer o camisa 1.
“É uma pessoa profissional, corajosa. Não só por ter substituído o Rogério, porque obviamente o Denis pegou a posição no momento mais difícil de um jogador na história do São Paulo, com personalidade. Assumiu o desafio com um profissionalismo incrível, mas, às vezes, o futebol é injusto. Às vezes você não encontra lógica nas coisas que acontecem, mas é muito difícil que o jogador tenha uma atitude como a que o Denis teve no São Paulo”, comentou Lugano, lembrando das duras críticas que o goleiro recebeu pelas recorrentes falhas na meta tricolor.
No final das contas, Denis garantiu que se despede do São Paulo com a consciência tranquila. Na visão do goleiro, uma das coisas mais importantes que ele deixa, principalmente para os mais jovens, é o exemplo de como ser um atleta compromissado com seu trabalho.
“Para você ter um espelho, você tem que fazer isso acontecer. Como? Com responsabilidade, sendo o mais profissional possível. Nesses nove anos não cheguei em nenhum treino atrasado e nunca paguei nenhuma multa, porque a gente tem esse regulamento de caixinha. Eu acho que isso é você ser um atleta exemplar. Não que quem chega atrasado não consiga ser um atleta exemplar, mas você tem que fazer com que os outros jogadores olhem para você e pensem: ‘Poxa, se o cara faz as coisas da melhor maneira possível, chega uma hora mais cedo, vai para a academia, se cuida, se prepara...’. Isso é um espelho também para eles”, concluiu.