“Não temos outro caminho. […] Nós ficamos estarrecidos, não só pelo erro de direito, mas pela postura do árbitro, inadequada para quem deve comandar um espetáculo e decidir por lances capitais. Não nos resta outra alternativa. Ninguém gosta de anular um resultado, mas quando há um erro de direito tão caracterizado, com tantas provas, o bom direito está aí. Não tenho dúvida de que o tribunal e seus membros têm bom senso e vão decidir pelo bem do futebol brasileiro. Quem sabe essa decisão pode contribuir para o futebol como um todo”, disse Casares em entrevista ao UOL.
No primeiro gol do Fluminense, o São Paulo crê que o árbitro Paulo Cesar Zanovelli cometeu um erro de direito (quando deixa de aplicar uma regra do futebol) ao validar o tento do Tricolor das Laranjeiras.
O clube alega que o juiz caiu em contradição. Após uma disputa de bola entre Calleri e Thiago Santos, ele deu falta para o Fluminense, porém, o São Paulo entende que ele aplicou vantagem pela bola ter continuado com o time carioca. No entanto, Thiago Silva considera que foi marcada a falta e pega a bola com a mão para recolocá-la em jogo. Em seguida, Kauã Elias marcou o primeiro gol da partida.
No entendimento do São Paulo, ao ter concedido a vantagem na origem do lance, o árbitro deveria ter assinalado falta de Thiago Silva por colocar a mão na bola. Isso, consequentemente, anularia o gol.
Júlio Casares entende que o áudio divulgado pela CBF sobre a revisão no VAR é uma prova clara de que houve erro de direito e classificou a atuação do árbitro como desastrosa.
“É irrefutável. O áudio mostra tudo. […] Esse pedido de anulação não é só do São Paulo, é para o futebol brasileiro se libertar desses erros absurdos. Esse tribunal tem a grande oportunidade de sanear a arbitragem, o início de um saneamento. Não tenho nada contra o árbitro, mas está claro que ele foi desastroso, e não adianta ele ser suspenso, reciclagem… ou toma uma medida exemplar agora ou vamos ter que calar todo mundo”, afirma Casares.
No áudio em questão, Paulo Zanovelli se contradiz ao se comunicar com Igor Junio Benevenuto de Oliveira, árbitro de vídeo. Ele é claro ao dizer que deu a vantagem, mas, ao rever o lance na cabine do VAR, muda sua posição.
“Para mim, é disputa de espaço entre Calleri e Thiago [Santos]. O Calleri segura o Thiago, e eu dou vantagem da falta do Calleri. Era para o Fluminense”, disse, no primeiro momento.
“Eu ia dar a vantagem. O jogador [Thiago Silva] para e bate a falta. Eu dou o sinal de falta. Deixa rolar. Eu falo agora. Eu dei a vantagem, eu segui. É gol legal”, afirmou, após rever a jogada.