Análise: excesso de lesões influencia, mas derrota do São Paulo pode ser atribuída ao trabalho de Carpini
Por Redação
São Paulo, SPO São Paulo estreou com derrota na Copa Libertadores. Nesta quinta-feira, o Tricolor perdeu para o Talleres, por 2 a 1, no estádio Mario Kempes, em Córdoba, na Argentina, pela primeira rodada do Grupo B. O fato de três de seus titulares se lesionarem ainda no primeiro tempo influenciou no resultado, é claro, mas o revés pode, sim, ser atribuído ao trabalho – ou falta dele – do técnico Thiago Carpini.
O comandante tricolor teve exatos 18 dias sem jogos para preparar a equipe para a estreia na Libertadores após a eliminação precoce no Campeonato Paulista, nas quartas de final, para o Novorizontino. Mas, mesmo com tanto tempo, Thiago Carpini não conseguiu fazer seu time demonstrar uma evolução dentro de campo, exibindo os mesmos problemas de outrora.
O São Paulo, hoje, não tem um coletivo forte e depende muito da individualidade de seus principais atletas. Quando muitos deles não estão em um bom dia tecnicamente, como foi nesta quinta-feira, o time não consegue ameaçar seu adversário.
Rafinha, Lucas Moura e Wellington Rato deixarem o jogo ainda no primeiro tempo é algo que, sem dúvida, mexe muito com a engrenagem da equipe. Mas, o São Paulo tem peças para manter um bom nível técnico mesmo com a ausência do trio. Não faltam opções a Thiago Carpini no banco de reservas, prova disso foi o gol tricolor ter sido protagonizado por dois atletas acionados no decorrer da partida, Giuliano Galoppo e Luciano.
Apostar em James Rodríguez na estreia na Libertadores também teve impacto. O colombiano vinha sendo um pedido da torcida são-paulina, insatisfeita com os poucos minutos dados a ele nos últimos jogos. Após voltar de sua seleção com moral pelas boas atuações nos amistosos contra Espanha e Romênia, o meia, enfim, foi titular nesta quinta-feira, mas mostrou o porquê de não ter até agora se consolidado como uma das primeiras opções de Thiago Carpini e também de seu antecessor, Dorival Júnior.
A qualidade de James Rodríguez com a bola nos pés é incontestável, porém, falta intensidade e entrega, sobretudo na transição defensiva. Nesta quinta-feira o colombiano figurou mais avançado, ao lado de André Silva, no momento em que o São Paulo marcava a saída de bola, fazendo com que Lucas Moura e Wellington Rato recuassem mais para acompanhar os adversários.
Sem correr o mesmo que seus companheiros durante o período em que ficar em campo, James Rodríguez dificilmente terá sucesso com a camisa do São Paulo e pode, inclusive, gerar um mal-estar no vestiário por um suposto tratamento diferenciado. O colombiano tem uma carreira de destaque e é um dos principais nomes da história do futebol de seu país, mas o Tricolor não pode abrir mão de sua competitividade enquanto equipe para satisfazer uma estrela.
Estrear na Libertadores com derrota nunca é bom, mas o São Paulo terá oportunidade para correr atrás do prejuízo e se classificar para as oitavas de final. Resta saber se o trabalho de Thiago Carpini passará a surtir efeito, porque, por enquanto, sua equipe ainda não demonstrou o futebol que é capaz de mostrar.