O presidente do Santos, José Carlos Peres, explicou em entrevista à ESPN Brasil a tentativa de desbloquear R$ 2,5 milhões na Justiça.
O valor equivale a uma dívida referente ao mecanismo de solidariedade na venda de Neymar do Barcelona para o PSG (FRA). O Peixe não reconhece a operação realizada na antiga gestão, de Modesto Roma, e oferece um imóvel avaliado em R$ 1,1 milhão como garantia para receber o pagamento, além da justificativa da dificuldade causada em meio ao novo coronavírus para honrar a folha salarial de mais de R$ 11 milhões.
"Atleta quando é vendido tem solidariedade (mecanismo). O clube formador tem direito, começa com 4%, depois 3%... Se eu não me engano 5% na primeira. No caso do Neymar, era R$ 34 milhões se não me engano. E apareceu uma empresa sem necessidade. Nós pegamos solidariedade com departamento jurídico sem terceirizar. Caso do Neymar era pior ainda, disse no PSG que queria o pagamento no Santos. Caminho estava aberto... Gestão anterior contratou uma empresa, a Quantum, de paraíso fiscal. A empresa diz que intermediou. Nós não aceitamos, movemos ação e está na Justiça. Só que Justiça pede dinheiro para garantir a causa e bloqueia R$ 2,5 milhões da gente. Não acredito que demore muito para essa decisão. Nosso departamento jurídico trabalha para que não aconteça mais um crime contra o clube", falou Peres.
"Gestão anterior colocou Neymar e Barcelona na Justiça. Nosso processo é contra o Barcelona. Neymar entra pois fez parte da transferência. Relação entre Santos e Neymar é boa, ele sabe da nossa boa vontade. Não acusamos ele de forma alguma. Era um menino, não fez a transação. Processo está na corte e deve ter solução nas próximas semanas", completou.
O débito teve início na venda recorde de Neymar por 222 milhões de euros. Modesto contratou uma empresa de Malta, a Quantum Solutions, para intermediar o recebimento por ter formado o craque. A atual gestão, porém, não vê sentido em acionar uma firma para receber um valor obrigatório e tenta reaver o dinheiro no tribunal.
Quem acionou o Santos na Justiça foi a FK Sports. A Quantum negociou o crédito com essa empresa. A vinda de um “terceiro” para o caso deixa o Peixe ainda mais revoltado.
O Alvinegro alega dificuldade para pagar salários no processo, mas promete quitar os vencimentos da CLT em dia nesta semana. O Santos ainda negocia redução para quem recebe mais de R$ 6 mil por mês.