“Durante os dois anos em que convivi com esse casal, houve algumas situações extremamente desagradáveis, deselegantes e com uma má educação muito grande em relação ao clube. Nunca tive que externar isso porque tratei internamente, mas jamais deixei absolutamente ninguém se sobrepor ao Palmeiras”, disse, sem citar os nomes dos empresários.
Paulo Nobre e Maurício Galiotte, antes aliados, se afastaram por conta de discordâncias em torno de Leila Pereira. O ex-presidente entendia que a empresária não cumpria os pré-requisitos para participar das eleições ao Conselho Deliberativo, mas, apoiada pelo atual mandatário, ela foi eleita com votação expressiva.
“Tenho personalidade forte e diria que o marido dela também tem personalidade muito, muito forte. Talvez, pela quantidade de dinheiro que possui e pelo tipo de negócio que toca, ele está acostumado a chegar e dar ordens. Mas, no Palmeiras, não foi assim e, comigo na presidência, nunca seria. Talvez isso incomode um pouco algumas pessoas com nível financeiro muito fora da realidade”, disse Nobre.
Patrocinado pela Crefisa, o Palmeiras reformulou profundamente seu departamento de futebol. Com um elenco fortalecido, na segunda gestão de Paulo Nobre, o time alviverde conquistou a Copa do Brasil 2015 e o Campeonato Brasileiro 2016, recuperando seu status de protagonista no cenário nacional.
“Obviamente, acho que qualquer presidente do Palmeiras deve levar bem a sério o patrocínio muito grande que essa empresa proporciona ao clube. Tem que ter sempre um respeito muito grande pelo patrocinador, mas a recíproca precisa ser verdadeira. Patrocinador não é co-gestor”, observou.
Escolhida conselheira contra a vontade de Paulo Nobre, Leila Pereira já pode participar das próximas eleições presidenciais do Palmeiras, marcadas para 2021. Já o ex-mandatário, que renunciou ao cargo de conselheiro vitalício, diz não ter planos de concorrer novamente.
“A quantidade de dinheiro que esse casal tem é uma coisa realmente fora da normalidade. Discordo plenamente quando alguém fala que a camisa do Palmeiras não vale os milhões que eles pagam. Eu acho que vale quanto se paga. Se alguém está pagando, tem algum interesse em estar pagando”, opinou Nobre.