“Já temos uma meia minuto pronta e assim que tivermos uma redação final nós vamos entrar com o recurso, pode ter certeza. Ontem (segunda) a sentença foi contrária ao interesse do Gustavo (Scarpa). O Fluminense tem uma dívida enorme com o Gustavo, de 2017, que não foi contestada pelo clube no processo. Este fato (a dívida), inclusive, não foi objeto de divergência nem pela doutora Dalva (Macedo, juíza do TRT-RJ), nem pelos desembargadores que negaram o mandado de segurança. Ninguém disse que o Fluminense está em dia com os pagamentos, pelo contrário. Até lamentamos a situação do clube, mas temos de lutar pelos interesses do atleta”, afirmou o advogado à ESPN.
Confira tudo sobre Gustavo Scarpa
Na noite de segunda-feira, a juíza Dalva Macedo, da 70ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, considerou improcedente o pedido de rescisão de contrato do jogador com o Tricolor. Para negar o pedido de rescisão de contrato de Scarpa, a magistrada se baseou no fato de o jogador ter renovado com o Fluminense em março de 2017, apesar dos atrasos de salários que ocorriam desde 2012. No entanto, Bruno Tocantis explicou que a interpretação não procede.
“Mais de 90% das dívidas que o Gustavo alega, e que foram assumidas pelo Fluminense, são posteriores a assinatura dessa renovação de contrato”, completou, ainda à ESPN. “O fundamento que ela acusa no ato é de que ele ter renovado implicaria no perdão tácito da dívida que o Fluminense tinha com ele. A gente não concorda porque o que o artigo 31 da Lei Pelé diz não é isso. A dívida foi reconhecida e odo os juízes que analisaram não negaram isso”.
Além da derrota, o jogador e seus representantes ainda deverão pagar R$ 100 mil ao clube das Laranjeiras por honorários de advogados, e mais R$ 22 mil em custas processuais. Vale lembrar que o jogador ainda não recebeu os 6 milhões de euros em luvas do Palmeiras, uma vez que o imbróglio judicial impediu o pagamento, conforme contrato.
Na última quinta-feira, Scarpa já havia sido derrotado na Justiça. Em votação realizada no TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro), a entidade negou, por 8 votos a 3, o pedido de mandado de segurança (que permitia o acerto do meia com o Palmeiras) feito pelos advogados do atleta.
Recentemente, Alexandre Mattos se manifestou sobre o caso após um longo silêncio e afirmou que um acordo com o Flu não é considerado como opção. O Palmeiras acompanha o processo de perto, mas não se envolve na disputa.
O Tricolor afirma “brigar pelos seus direitos”, mas não quer ter o jogador de volta. Na prática, o clube das Laranjeiras se interessa em uma possível compensação, que pode ser financeira ou de atletas.
No final de 2017, Gustavo Scarpa entrou na Justiça contra o Fluminense por conta de R$ 9 milhões devidos pelo clube ao jogador, entre salários, direitos de imagem e outras pendências. Em janeiro, o meia conseguiu a rescisão contratual na Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro e assinou com o Palestra por cinco temporadas.
O novo capítulo no imbróglio jurídico aconteceu justamente no melhor momento de Scarpa no Palmeiras. Após uma longa pré-temporada, o camisa 14 marcou seus primeiros gols pelo clube pouco antes de a rescisão ser publicada pelo BID (Boletim Informativo Diário) da CBF
Na negociação entre Palmeiras e Scarpa, apesar de o meia estar livre no mercado, o Verdão se comprometeu a pagar 6 milhões de euros em luvas ao jogador. No entanto, como previsto em contrato, a quantia não foi repassada ao jogador em virtude do imbróglio jurídico.