Veja quais são os principais impactos comerciais da ausência de Cássio no Corinthians
Por Redação
05/07/2024 às 17:29
São Paulo, SP
A carreira construída por Cássio no Corinthians, levando em consideração a longevidade, é cada vez mais rara de encontrar no Brasil. Desde a aposentadoria de Rogério Ceni, no São Paulo, em 2015, e Marcos, no Palmeiras, em 2012, casos como esse têm sido exceção no futebol brasileiro.
Renê Salviano, CEO da Heatmap, agência que atua com marketing e patrocínio esportivo, analisou os impactos comerciais da ausência do ídolo no clube do Parque São Jorge.
"Perde uma grande relação, conexão, mas se o atleta e a instituição comunicam bem, isto vira apenas uma pausa e mais tarde, se comunicar bem também, pode haver um novo canhão de oportunidades. Tudo depende de como se comunica. Marketing é saber aproveitar os melhores momentos com ações que realmente sejam impactantes. Cássio é um ídolo e acredito que o Corinthians aproveitou as oportunidades que teve. Porém, ainda existem milhares de possibilidades no futuro, mesmo sabendo que culturalmente, nós, brasileiros, não damos o devido respeito aos nossos ídolos", afirmou o profissional.
Antes da despedida oficial pelo Corinthians, havia algumas especulações sobre possíveis homenagens a Cássio, como a organização de um jogo festivo ou até mesmo uma última partida na Neo Química Arena. No entanto, o último ato aconteceu em uma coletiva de imprensa no CT Dr. Joaquim Grava, onde o jogador foi presenteado pela diretoria e por membros da torcida organizada,
"A grande verdade é que o esporte é feito de ídolos. E quando um clube trabalha para construir a imagem daqueles que geram identificação com a torcida, sem dúvida nenhuma, é uma oportunidade. No caso do Klopp, que se despediu do Liverpool depois de uma carreira tão vencedora, houve claramente algo organizado para que esse momento fosse uma festa, um anúncio com antecipação, sem nenhuma tristeza, ao contrário, no intuito de celebrar um capítulo que se fecha", conclui Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.
Em maio, Cássio desembarcou em Belo Horizonte e foi recebido por uma multidão de cruzeirenses. O goleiro, aos 37 anos, assinou contrato com o clube mineiro até dezembro de 2027. Na visão dos especialistas, apesar deste novo momento na carreira, o jogador sempre terá sua imagem vinculada, de alguma forma, ao Corinthians.
"É o ‘Cássio, do Corinthians’. Como foi Marcos, do Palmeiras, e Rogério Ceni, do São Paulo. Quando um atleta como ele deixa seu clube, como qualquer outro, com uma entrevista somente, talvez com uma placa ou camiseta com um número diferente estampado, o que é ignorado e depreciado não é o atleta, nem o seu histórico de títulos, mas os laços dos torcedores com o clube. O Cássio vai embora e leva junto a relação de milhões construída ao longo de uma década", finaliza Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.
Um dos maiores ídolos da história do Corinthians, Cássio pediu para antecipar a rescisão de seu contrato com o time e, em entrevista coletiva no CT Dr. Joaquim Grava, disse acreditar no fim de seu ciclo no clube.
O camisa 12 encerrou sua passagem pelo time do Parque São Jorge com 712 jogos disputados e nove títulos: Mundial e Libertadores (2012), Paulistão (2013, 2017, 2018 e 2019), a Recopa Sul-Americana (2013) e Campeonato Brasileiro (2015 e 2017).
Além disso, ele é o segundo jogador que mais vestiu as cores preta e branca do Corinthians nos gramados, só atrás de Wladimir (806). Foram 316 vitórias, 217 empates e 179 derrotas debaixo das traves alvinegras.