Presidente do Corinthians culpa oposição por rescisão da VaideBet: "Não aceitam que perderam a eleição" - Gazeta Esportiva
Presidente do Corinthians culpa oposição por rescisão da VaideBet: "Não aceitam que perderam a eleição"

Presidente do Corinthians culpa oposição por rescisão da VaideBet: "Não aceitam que perderam a eleição"

Gazeta Esportiva

Por Iúri Medeiros

10/06/2024 às 11:55 • Atualizado: 10/06/2024 às 13:33

São Paulo, SP

O presidente Augusto Melo, do Corinthians, concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, no CT Dr. Joaquim Grava. Um dos tópicos abordados foi a rescisão contratual da casa de aposta VaideBet, que ocupava o espaço máster na camisa. Nas palavras do mandatário, o principal responsável pelo distrato com a empresa é o grupo de oposição do clube.

"Os opositores que não querem o bem do Corinthians (são os culpados), que não aceitam que perderam a eleição. Será que são corintianos? Querem o bem do Corinthians? Eu sempre deixei claro que quero trabalhar para o próximo. Quanto melhor deixar o Corinthians, melhor ele será a cada gestão. Infelizmente as pessoas não querem o bem do Corinthians, usam o clube politicamente. Eles sabem que essa gestão está resgatando grandes empresas, que acreditam no Corinthians. Essa torcida dá retorno para qualquer grande empresa que investe no clube. Essas pessoas não querem o bem do clube, e afastam essas empresas. Temos só cinco meses de gestão, é uma reformulação total que o pessoal não aceita. Pegamos o clube em uma situação financeira, logo vocês vão saber a condição real do Corinthians. Com muito trabalho, com uma diretoria competente, vamos mudar de patamar", comentou Augusto.

O presidente corintiano também falou sobre a negociação com a Rede Social Media Design Ltda, empresa intermediadora do acordo firmado com a VaideBet, no começo do ano.

"É outro absurdo que às vezes uma pessoa ou outra, de total irresponsabilidade, lançam isso em uma rede social sem saber. Primeiro, fiz a negociação. A partir daí foi para meu jurídico, não faço nada sem passar pelos órgãos que dão o aval. Nesse contrato, o jurídico analisou duas empresas, tanto a patrocinadora, como a intermediadora. A própria patrocinadora disse que chegou ao Corinthians via intermediadora. Não existe aditivo, é um contrato só, no jurídico. Tudo perfeito, e aí veio para mim assinar o contrato. Passou pelo jurídico, compliance, para eu assinar o contrato. Não teve comissão paga. A partir do momento que a patrocinadora interrompe o contrato, rompe o valor da comissão também. Todas as empresas que estamos trazendo ao Corinthians pagam antecipado e com valor mensal", comentou.

No dia 20 de maio, foi divulgada uma notícia pelo jornalista Juca Kfouri, vinculando um esquema de laranja ligado ao intermediário que firmou o contrato entre VaideBet e Corinthians. A Polícia Civil instaurou um inquérito e está em fase inicial de investigação para descobrir quem se beneficiou com essa movimentação financeira suspeita. O Timão, inicialmente, é apontado como potencial vítima.

Semanas depois da divulgação da informação, a VaideBet informou em nota oficial a rescisão contratual. O clube, nas palavras de Augusto, já está em contato com outras empresas para repor o espaço deixado.

Questionado se teme sofrer impeachment ou se pode deixar o cargo, Augusto foi firme ao dizer que não há chance de isso ocorrer. "O impeachment não existe, não tem motivo para isso. Nem pensamos nisso, penso no Corinthians. E golpe ninguém vai dar aqui, pode ficar tranquilo. Fui eleito pelo voto popular do sócio, ninguém aguentava mais. Não vamos decepcionar. A gente é ser humano, erramos, cabe a nós ter humildade e corrigir", disse.

Em relação aos possíveis erros de sua gestão, Augusto lamentou ter confiado em diretores que deixaram o clube recentemente e que, na visão do presidente, são "traídores". O mandatário entende que neste momento está ocorrendo uma mudança de rota, com a chegada de novos integrantes, como o diretor jurídico Leonardo Pantaleão.

Recentemente, deixaram a direção do Corinthians nomes como Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico) e Fernando Alba (ex-diretor adjunto). Sergio Moura, que era o superintendente de marketing, foi licenciado do cargo.

"Sou ser humano, errei e estou consertando. Traição é a pior coisa que existe na face da terra, e você nunca sabe de onde vem. Errei, e como disse em Bragança, agora vou errar pela minha caneta. Tentaram me controlar de toda forma, mas não me controlam. Sou sujeito homem e não vão me controlar jamais. Ganhei uma eleição e me propus a fazer o melhor para o Corinthians. Trabalho aqui por amor, coloco dinheiro do meu bolso aqui. A única coisa que o Corinthians me paga é gasolina, e mais nada. Errei em colocar pessoas que eu esperava que tivesse expertise e estou trocando. É uma nova diretoria, com pessoas que acreditam no desafio. Eu errei, mas estou corrigindo. Meu único erro foi acreditar nas pessoas erradas, Imaginava que seria uma diretoria técnica, capacitada. Assim que provaram que não seria isso, eu mudei. E não vamos errar agora. A política acabou, vou errar pela minha caneta", finalizou Augusto.

Veja outras respostas na entrevista coletiva de Augusto Melo:

A saída da VaideBet afetou a credibilidade do clube?

"A credibilidade continua, já estou sendo procurado. Cheguei de uma viagem, falei com empresas, conheci clubes, gestão, planejamento, como fiz na minha campanha. Sou um cara que procuro aprender a cada dia, sempre vou aprender. Eu falo o necessário, eu olho no olho. O Corinthians está cada vez mais com credibilidade nessa gestão, limpa e transparente. Ontem tivemos reuniões até 00h, sábado o dia inteiro, largado família… Tudo em prol do Corinthians. Grandes contratos podem ser feitos, e eles tentam de todas as formas afastar as empresas sérias. Só ver o caso do Mercado Livre, que estávamos trabalhando."

Quitação da Neo Química Arena

"Conversas, sempre tem conversas. Assim como saiu a Emirates, e estamos conversando com todos. Conversas com ministros, presidente da Caixa. É um sonho nosso, se todo corintiano, para quitarmos o mais rápido possível a Arena."

Semana da transparência e busca por CEO

"Isso (semana da transparência) é um trabalho minucioso. A Ernst & Young nos deu uma data, depois corrigiu. Não somos nós, estamos na dependência deles. Cheguei agora, fiquei oito dias fora. Só estou esperando o parecer deles.

Pessoas que saíram daqui, que participaram desse tipo de reunião, vão para vocês e jogam no ar. Vocês publicam e quem não tem conhecimento começa a sentar o pau. Sempre fui favorável ao CEO, mas o CEO tem que ser do tamanho do Corinthians, isso não é às pressas. Nós tentamos ver o perfil e buscamos no mercado, estamos conversando. Seria o melhor e tenho certeza que não erraria. Sei que é difícil tirá-lo de onde ele está, mas estamos tocando com quem temos aqui."

Salários de funcionários atrasados

"Como disse, estamos em uma situação financeira complicada, existe um déficit mensal, pagamos mais de R$ 200 milhões de juros. Existem situações complicadas, e temos que colocar em ordem. Na situação que vivemos hoje, não quer dizer que não vamos atrasar, mas não vai chegar a meses. Existiu um atraso e estamos aos poucos sanando. Até quinta, no máximo, estará tudo em ordem novamente."

Chance de Transfer Ban por atraso no pagamento de valor da parcela da compra de Félix Torres

"Questão de horas, dias… Estamos colocando tudo em ordem novamente. Temos um fluxo de caixa complicado. Estamos em busca de novas receitas. Nosso patrocínio máster em pouco tempo estará preenchido. A situação é complicada, difícil."

Dívida por Garro?

"Está no contrato. Se o imposto está aqui, eu pago. O de lá, eles pagam. Se eu não me engano, é nesse sentido. Não devemos nada, está tudo em paz".

Conteúdo Patrocinado