“Eu havia sido contratado, de fato, para fazer a coordenação do Sub-10 ao Sub-20. Na segunda semana de trabalho efetivo, tivemos uma reunião com o presidente, com o Duílio, o Tiago...e ai ficou estabelecido que eu deveria também abrir para o Sub-23”.
A necessidade de reclusão devido ao Covid-19 e as férias antecipadas retardaram o início do trabalho, na prática. O plano, porém, está traçado. Osmar Loss, por exemplo, explicou que o Sub-23 deve sofrer uma transformação significativa.
Hoje, são 33 jogadores. A gente pode, nessa primeira etapa, chegar a 20 jogadores, porque, querendo ou não, jogador tem contrato. Vamos tentar reduzir de forma gradativa, chegar em até menos. Acho que a equipe pode trabalhar com 16, 18 jogadores em um cenário ideal. O profissional também teria de ter uma redução, é algo amplo.
A redução de plantel deve atingir, pouco a pouco, todas as categorias de base do clube. No caso específico da equipe que antecede o acesso ao profissional, a necessidade se dá pelo tipo de treinamento diferenciado.
“O Sub-23 tem que ter polimento dos atletas. Ele (jogador) terminou a etapa de formação, mas ainda tem elementos para evoluir em quesitos técnicos, de fundamento, entre outras coisas. O foco é no individual, não no coletivo. Para isso, você precisa trabalhar com um grupo enxuto”.
A ideia é que o Sub-23 seja, de fato, o carro chefe para botar jogadores na equipe de cima. O clube vai passar por um processo de reestruturação. A ideia que o Tiago Nunes transmitiu é essa, que o Sub-23 seja a fonte.
Um dos percalços que Osmar Loss terá pela frente é levar o novo conceito do clube aos jogadores e, principalmente, aos empresários, que eventualmente podem não gostar da ideia.
“Acredito que realmente teremos que enfrentar isso. Cada caso tem a melhor resposta e tem outras questões envolvidas. Pode ser que para um seja melhor mesmo um empréstimo para um time pequeno de Goiás, por exemplo, e para outro, não. Não seremos radicais, vamos mostrar para o atleta e para o empresário que o Sub-23 é parte da estrada e vai ser muito mais importante que foi até o momento”.
Assim que o Corinthians retomar os treinamentos no CT Joaquim Grava, os jogadores do Sub-23 já devem ser vistos com frequência junto aos profissionais.
Qual é o papel da categoria Sub-23? Ser suporte do profissional. Claro que nós temos calendário, às vezes a equipe está em outro Estado, não impede que vá jogador do Sub-17, do Sub-20 lá no CT treinar. Mas, a gente tem que buscar isso com frequência.
Por ora, a reformulação ainda não saiu do papel ou da cabeça de seus mentores. Mas, para tranquilizar os envolvidos, Osmar Loss fez questão de esclarecer que os jogadores que se destacarem não serão obrigados a cumprir todas as categorias e poderão pular etapas, se for o caso.
“Tenho minhas ideias, algumas delas foram expostas, e a primeira dela é que o Sub-23 tem que ser visto como uma das etapas para chegar ao profissional. Não impede o jogador saltar do Sub-17 para o profissional, a gente não pode impedir isso. O que vai fazer o atleta chegar no profissional é a meritocracia”.