Em entrevista nesta semana para à TV Jovem Pan, a presidente da Caixa, Daniella Marques, afirmou que a operação de crédito à época com o Alvinegro foi "muito mal sucedida" e deu indícios de que o clube não teria pago nenhum valor ainda ao banco.
Procurado pela Gazeta Esportiva, assim como por outros veículos, Wesley Melo, diretor financeiro do Corinthians, disse que o clube já pagou R$ 165 milhões até 2017.
"Eu mencionei esses R$ 165 milhões porque a presidente da Caixa tinha dado uma entrevista e, naquele momento, gerou muita dúvida em muita gente se o Corinthians já tinha feito algum pagamento para a Caixa ou não. Sim, a gente já tinha pago R$ 165 milhões do início do financiamento até 2017. Depois, veio uma crise pesada no mundo e no Brasil e acabamos sendo impactados. Não conseguimos honrar mais os pagamentos", explicou.
Wesley, ainda em consonância pelo dito por Daniella Marques, confirmou que o clube deu novas garantias para que o novo acordo fosse firmado, como percentual de venda de jogadores e de receita dos direitos de transmissão de TV.
“Temos algumas garantias, como a presidente da Caixa mencionou, como o percentual da venda de jogadores e um percentual também da receita de direito de transmissão. Isso está protegido por confidencialidade, mas confirmo que são essas as garantidas. Mas isso só vai ser exercido se por acaso a gente deixar de pagar alguma prestação, seja do principal ou dos juros", disse.
O valor atual da dívida, como já mencionado, é de R$ 611 milhões e vai continuar sofrendo correção até o primeiro pagamento, que será em março de 2023. Os juros serão pagos de forma trimestral (março, junho, setembro e dezembro) de 2023 e 2024. Já o principal começará a ser amortizado em 2025, também trimestralmente e nos mesmos meses.
Acordo entre Caixa e Corinthians
Os membros do Conselho Deliberativo do Corinthians aprovaram por unanimidade o novo acordo do clube com a Caixa Econômica Federal no final de junho, no Parque São Jorge, para quitação do empréstimo adquirido do BNDES para a construção do estádio alvinegro.
Uma apresentação foi realizada pelo departamento financeiro do Timão e todos os conselheiros aprovaram a nova proposta.
Segundo apurado pela Gazeta Esportiva, o valor total da dívida com a Caixa, atualizada até janeiro de 2022, foi fixado em R$ 611 milhões, com prazo de financiamento até 2041. Vale lembrar que o empréstimo contraído pelo clube com o banco foi de R$ 400 milhões, em 2013.
Neste novo acordo, os pagamentos dos juros acontecerão a partir de 2023, indo até 2024 (no atual seria no final de 2022), enquanto a amortização principal, com parcelas trimestrais, acontecerá somente a partir de 2025.
Por fim, como já era sabido, 100% da venda dos naming rights da Arena são para pagar a Caixa, ou seja, o dinheiro nem sequer transita pelo clube.
A venda dos naming rights para a Hypera Pharma foi no valor total de R$ 300 milhões, com parcelas de R$ 15 milhões por ano, sempre corrigidos pelo IGP-M.
Ou seja, com o valor da dívida fixado em R$ 611 milhões, se abatidos os R$ 300 milhões da venda dos naming rights, o Corinthians tem uma dívida, portanto, de R$ 311 milhões, no valor atualizado.
O clube contraiu uma dívida com a Caixa Econômica por meio do fundo Arena Itaquera S/A, que administra a Neo Química Arena, para a construção do estádio, em 2013.
De lá para cá, o clube vinha tentando acordos para, entre outros pontos, ampliar a carência do pagamento do financiamento. O acordo foi assinado na última segunda-feira e foi comemorado pelo presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves.
ASSINAMOS! No ritmo q a negociação exigiu desde o dia 1. Com orgulho, damos este passo e agradeço a todos os envolvidos. Divido essa vitória com o pres. @andresanchez63 que iniciou esse processo, o Conselho e todos q torceram por nosso final feliz com a Caixa. VAI CORINTHIANS! https://t.co/BYtCjvI1jH
— Duilio M. Alves (@duiliomalves) July 25, 2022