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(Foto: Rodrigo Coca/Corinthians)

Duilio reduz dívida do Corinthians, mas mandato fica marcado por fracasso esportivo

Gazeta Esportiva

Por Iúri Medeiros

São Paulo, SP
Duilio Monteiro Alves encerrou no último domingo (31) sua passagem como presidente do Corinthians. Nos três anos em que esteve à frente do Timão, o dirigente conseguiu reduzir a dívida do clube, mas ficou marcado pelo fracasso no âmbito esportivo.

O cenário financeiro do Corinthians era extremamente desafiador quando Duilio assumiu o clube, no começo de 2021. O Alvinegro apresentava uma dívida de R$ 949 milhões, sem contar as contas referentes à Neo Química Arena.

O grande desafio de Duilio era tornar o Corinthians competitivo dentro das quatro linhas, sem aumentar ainda mais as pendências do clube.

Para isso, o dirigente apostou em uma política de contratações que priorizava jogadores que estavam em final de contrato com seus clubes e em empréstimos. O maior investimento em seu mandato foi a compra do volante Fausto Vera, que custou US$ 8 milhões (R$ 43 milhões na cotação da época) aos cofres alvinegros. Essa compra, inclusive, tem dado o que falar já que o Timão deve ao Argentinos Juniors uma das parcelas do negócio.

Além dessa política de negociação, Duilio foi responsável por muitas rescisões contratuais, que ajudaram a "enxaguar" a folha salarial do clube. Nesse período, vários atletas da base, considerados mais baratos, ganharam espaço e ainda geraram lucro ao Corinthians com vendas.

O Corinthians deve fechar o ano de 2023 com uma dívida na casa dos R$ 850 milhões e uma receita bruta superior a R$ 900 milhões. Os números são celebrados internamente, por indicarem uma redução do valor das pendências e uma boa capacidade da faturamento, somando venda de atletas e acordos comerciais.




Incluindo a dívida do Corinthians com a Caixa Econômica Federal, referente ao acordo da Arena, a dívida do clube se encontra na casa do R$ 1,6 bilhão. A expectativa é que em breve um novo trato seja firmado entre clube e banco, para que o Timão encaminhe a quitação do estádio.

Se a parte financeira é utilizada como trunfo por apoiadores de Duilio, o mesmo não se aplica ao âmbito esportivo. Há um consenso que o presidente cometeu diversas falhas na gestão do futebol, especialmente no ano de 2023.

Duilio se tornou o primeiro presidente do Corinthians que não conquistou títulos em um mandato nos últimos 36 anos. A melhor campanha do Timão sob o comando do ex-diretor de futebol foi o vice-campeonato da Copa do Brasil, quando o Alvinegro perdeu a decisão para o Flamengo nas penalidades máximas.

Além disso, o Corinthians teve uma queda considerável em clássicos desde que Duilio assumiu o clube. O Timão acumulou eliminações para o São Paulo e venceu apenas um Derby nesse recorte, por exemplo.

Durante a temporada de 2023, entre decisões confusas e questionáveis, o Corinthians contou com quatro técnicos diferentes. O planejamento errado do clube foi o principal fator para o ano sem títulos e pela luta contra a zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

Vale citar que o mesmo não se aplica ao futebol feminino. Sob a gestão de Duilio, as Brabas conquistaram três Campeonatos Brasileiros (2021, 2022 e 2023), duas Libertadores (2021 e 2023), um Paulistão (2021), uma Copa Paulista (2022) e duas Supercopas do Brasil (2022 e 2023). O Corinthians é considerado um exemplo de gestão na modalidade.

Duilio deixa a presidência do Corinthians em baixa. Ao longo do ano, o publicitário foi hostilizado por torcedores na Arena após os jogos e na frente do Parque São Jorge durante protestos. Mesmo sem integrar de fato o grupo, seu nome sempre foi ligado à chapa Renovação e Transparência, que comandou o clube de 2008 a 2021. Duilio, inclusive, apoiou André Negão na disputa presidencial de 2023, o que ajudou a desgastar sua imagem publicamente.

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