Duilio reduz dívida do Corinthians, mas mandato fica marcado por fracasso esportivo
Por Iúri Medeiros
São Paulo, SPO cenário financeiro do Corinthians era extremamente desafiador quando Duilio assumiu o clube, no começo de 2021. O Alvinegro apresentava uma dívida de R$ 949 milhões, sem contar as contas referentes à Neo Química Arena.
O grande desafio de Duilio era tornar o Corinthians competitivo dentro das quatro linhas, sem aumentar ainda mais as pendências do clube.
Para isso, o dirigente apostou em uma política de contratações que priorizava jogadores que estavam em final de contrato com seus clubes e em empréstimos. O maior investimento em seu mandato foi a compra do volante Fausto Vera, que custou US$ 8 milhões (R$ 43 milhões na cotação da época) aos cofres alvinegros. Essa compra, inclusive, tem dado o que falar já que o Timão deve ao Argentinos Juniors uma das parcelas do negócio.
Além dessa política de negociação, Duilio foi responsável por muitas rescisões contratuais, que ajudaram a "enxaguar" a folha salarial do clube. Nesse período, vários atletas da base, considerados mais baratos, ganharam espaço e ainda geraram lucro ao Corinthians com vendas.
O Corinthians deve fechar o ano de 2023 com uma dívida na casa dos R$ 850 milhões e uma receita bruta superior a R$ 900 milhões. Os números são celebrados internamente, por indicarem uma redução do valor das pendências e uma boa capacidade da faturamento, somando venda de atletas e acordos comerciais.
Incluindo a dívida do Corinthians com a Caixa Econômica Federal, referente ao acordo da Arena, a dívida do clube se encontra na casa do R$ 1,6 bilhão. A expectativa é que em breve um novo trato seja firmado entre clube e banco, para que o Timão encaminhe a quitação do estádio.
Se a parte financeira é utilizada como trunfo por apoiadores de Duilio, o mesmo não se aplica ao âmbito esportivo. Há um consenso que o presidente cometeu diversas falhas na gestão do futebol, especialmente no ano de 2023.
Duilio se tornou o primeiro presidente do Corinthians que não conquistou títulos em um mandato nos últimos 36 anos. A melhor campanha do Timão sob o comando do ex-diretor de futebol foi o vice-campeonato da Copa do Brasil, quando o Alvinegro perdeu a decisão para o Flamengo nas penalidades máximas.
Além disso, o Corinthians teve uma queda considerável em clássicos desde que Duilio assumiu o clube. O Timão acumulou eliminações para o São Paulo e venceu apenas um Derby nesse recorte, por exemplo.
Durante a temporada de 2023, entre decisões confusas e questionáveis, o Corinthians contou com quatro técnicos diferentes. O planejamento errado do clube foi o principal fator para o ano sem títulos e pela luta contra a zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
Vale citar que o mesmo não se aplica ao futebol feminino. Sob a gestão de Duilio, as Brabas conquistaram três Campeonatos Brasileiros (2021, 2022 e 2023), duas Libertadores (2021 e 2023), um Paulistão (2021), uma Copa Paulista (2022) e duas Supercopas do Brasil (2022 e 2023). O Corinthians é considerado um exemplo de gestão na modalidade.
Duilio deixa a presidência do Corinthians em baixa. Ao longo do ano, o publicitário foi hostilizado por torcedores na Arena após os jogos e na frente do Parque São Jorge durante protestos. Mesmo sem integrar de fato o grupo, seu nome sempre foi ligado à chapa Renovação e Transparência, que comandou o clube de 2008 a 2021. Duilio, inclusive, apoiou André Negão na disputa presidencial de 2023, o que ajudou a desgastar sua imagem publicamente.