"Não tive nenhuma proposta até agora. Até agora não chegou nada, nenhum contrato, não pagaram multa, nada. O menino está aí feliz, trabalhando. Até agora...", respondeu o mandatário corintiano, durante entrevista coletiva ao ser questionado sobre o assunto.
No dia seguinte, a Gazeta Esportiva entrou em contato com Augusto Melo e, por mensagem, o dirigente reforçou o discurso da coletiva, de que não havia recebido nada.
Na quinta-feira anterior, dia 6, a Gazeta publicou que o goleiro já havia tomado a decisão de jogar no Nottingham Forest após o empresário Kia Joorabchian apresentar a proposta do clube inglês.
Nesta sexta-feira, a reportagem teve acesso ao documento enviado pelo Nottingham Forest ao Corinthians, datado em 5 de junho. Nele, os ingleses manifestaram interesse em pagar a multa rescisória de 4 milhões de euros, cerca de R$ 23 milhões.
Foto: ReproduçãoA reportagem, então, voltou a procurar Augusto Melo, que preferiu não se manifestar. Já a assessoria do Corinthians afirmou que o Timão recebeu, sim, contato do Nottingham Forest, mas que isso aconteceu dia 12, dia seguinte a coletiva. Este e-mail não foi apresentado.
A situação, agora, está na fase burocrática. Carlos Miguel não deve mais jogar pelo Corinthians. Existe a possibilidade do negócio ser concretizado ainda neste final de semana.
O Corinthians detém 80% dos direitos econômicos de Carlos Miguel. Sendo assim, o alvinegro deve receber R$ 18,4 milhões.
Carlos Miguel chegou ao Corinthians em outubro de 2021 e o atual vínculo tem vencimento datado para dezembro de 2025. Pelo Timão, ele entrou em campo em 24 partidas e passou a se destacar na atual temporada ao assumir a titularidade que era de Cássio antes do ídolo corintiano se transferir para o Cruzeiro.
Depois de perder Cássio e diante a iminente saída de Carlos Miguel, o Corinthians vai ficar, ao menos por ora, com as opões de Matheus Donelli, 22 anos, Felipe Longo e Matheus Roger, ambos com 19 anos, para assumir a posição.
A multa rescisória de Carlos Miguel para o futebol do exterior caiu de 50 milhões de euros para 4 milhões de euros a partir de janeiro de 2024, valor considerado baixo para clubes com alto poder de investimento e forte moeda local, como é o caso dos ingleses.
Essa condição contratual foi firmada durante a gestão de Duilio Monteiro Alves. Por meio de contato da sua assessoria de imprensa, o ex-presidente informou que a medida foi uma exigência de Gilmar Veloz, empresário de Carlos Miguel, que chegou de graça ao Corinthians.
“A posição era de que, se o atleta não fosse bem nesse período, a ponto de não ter seu contrato valorizado e renovado, eles não queriam ficar presos em uma situação de goleiro reserva com multa impagável”, diz o comunicado enviado pela assessoria de Duilio.
Na época, de acordo com o ex-presidente, a possibilidade de Cássio deixaria o Corinthians seis meses antes do fim do contrato era impensável. “E, caso essa possibilidade se apresentasse, o clube teria tempo suficiente para renovar com o atleta”, diz a nota.