André Ramalho revela bastidores de chegada ao Corinthians se coloca à disposição para estrear
Por Iúri Medeiros
18/07/2024 às 15:04 • Atualizado: 18/07/2024 às 15:25
São Paulo, SP
"Nos últimos dias eu venho me preparando no CT. Vinha me condicionando em casa, fiquei apenas 10 dias parado depois da temporada na Europa. Vinha me preparando, trabalho de força, corrida, e estou me condicionando aqui, com treino com bola, duelos… Coisa de campo. Estou em boa forma física. Claro que depois de oito semanas sem contato com bola, você precisa de um certo tempo, mas estou me condicionando. Necessito de mais tempo, mas sabemos que o calendário brasileiro não permite tanto. Estou à disposição, se vou para o jogo (no domingo) ou não vai caber para a comissão técnica. Se acharem que é o momento, vou dar meu melhor para ajudar o time", disse André Ramalho.
Em relação a sua chegada, André revelou um bastidor inusitado. Ele disse que, antes de tomar sua decisão, conversou com Pedro Silveira (diretor financeiro) e Vinicius Cascone (secretário-geral).
"Sobre o processo, eu brinco que felizmente nunca tive tanta proposta na minha carreira de uma vez. Inicialmente o plano era ficar na Europa, tive propostas lá, propostas do Brasil, maiores do que tive aqui. Mas quando o Corinthians vem de encontro, você não pode deixar passar. Sou de São Paulo, sei o peso dessa camisa. Desde o primeiro interesse do Corinthians, a maneira como eu tratava o clube era diferente. Agradeço pelo modo que o Fabinho, o presidente (Augusto Melo) me abordaram desde o início. Foram muito incisivos, vieram com total convicção, interessados no meu futebol. Falei com pessoas do clube, com eles, isso facilita e ajuda na tomada de decisão. A gente ouve muita coisa, mas não sabemos o que de fato é verdade e o que não é. Falei com o Pedro Silveira, com o Vinicius Cascone, muita gente do clube", comentou.
Já sobre suas características, André destacou que pode ajudar com saída de bola qualificada, postura agressiva na defesa e até mesmo com gols.
"Eu vim de muitos anos na Europa, sempre joguei em times muito ofensivos, de pressionar muito, para frente, organizado. Isso está no meu DNA, digamos. Posso ajudar com passes verticais, lançamentos, tenho um estilo agressivo de defender também, é como joguei nos últimos anos, além da experiência como um todo. Tenho um certo tempo no futebol, joguei com diferentes treinadores e jogadores", disse.
"Quem jogar vai dar seu melhor, espero ajudar também com gols, tenho bom cabeceio, às vezes um bom chute. Tomara, vou trabalhar para isso. Minha meta prioritária sempre vai ser ajudar a defesa, ajudar o time a não tomar gol", completou.
André Ramalho foi parte essencial da última temporada vitoriosa do PSV, na qual o clube conquistou o título holandês. Ele disputou 46 partidas em 2023/24 e marcou três gols. Além deste troféu, o zagueiro também participou do bicampeonato da Copa dos Países Baixos, em 2022 e 2023.
Nascido em São Paulo, o atleta começou sua carreira no Red Bull Brasil, deixando cedo o País para se transferir para o Red Bull Salzburg, da Áustria, onde passou cinco anos (um deles emprestado). Após curtas passagens por Bayer Leverkusen e Mainz, da Alemanha, Ramalho retornou para o Salzburg e se consolidou em 2018. Pelo clube austríaco, foram 244 jogos, 20 gols e 11 títulos, com seis Campeonatos Austríacos e cinco Copas da Áustria.
André Ramalho é o terceiro reforço do Corinthians nesta janela de meio de ano. O jogador já treina com a equipe e se junta ao goleiro Hugo Souza e ao volante Alex Teixeira como os novos nomes do elenco alvinegro para o restante da temporada.
Veja outros trechos da coletiva de imprensa de André Ramalho:
Nível do futebol brasileiro
"Vejo um futebol brasileiro com um nível muito alto, de qualidade. Os times estão se reforçando. Vou ter que me adaptar a isso, ver o que posso evoluir. Procuro de tempos em tempos me observar, ter cuidado comigo, para ver como posso aprender e evoluir individualmente. Aqui vai ser a mesma coisa."
Diferença entre Brasil e Europa
"O Brasil é muito conhecido pela questão técnica, e a Europa é conhecida pela organização tática, disciplina. Fui moldado lá. E posso ajudar com isso aqui, o modo que aprendi. Posso ajudar, mas também tenho que me adaptar. Você nunca perde com disciplina tática, mentalidade, espírito vencedor que consegui desenvolver na Europa. Dessa forma posso ajudar. Vejo que todo mundo do time quer muito, isso é legal de ver. Até me estranha o time estar nessa situação. Vejo muita gente profissional, meninos que querem muito."
Elogios e conversa com Ramón Diaz
"Agradeço, fico feliz de ouvir isso, aparentemente estou causando uma boa impressão e espero que ele se mantenha com essa opinião. Já conversamos, é muita coisa nova acontecendo, não dá para ter tanta conversa de início, mas ele mostrou o estilo que ele joga, e me agradou muito. Acho que é a cara do Corinthians, ele vem aplicando desde o primeiro treinamento. Vai de encontro com a maneira como eu jogo".
Escolha pela camisa 5
"A 5 é minha camisa, número que sempre joguei. Também gosto da 15. Sempre tento pegar a 5, é um número que me acompanhou ao longo da carreira. Não queria pegar número de ninguém, mas já que calhou do Fausto Vera estar saindo, eu aproveitei e peguei esse número."
Cartilha dos Gaviões da Fiel
"Recebi cartilha, achei interessante, importante para a gente como jogador. Entender como se passa, a maneira que vocês enxergam tudo isso. Acho esse diálogo importante. Nós sabemos como os torcedores apoiam, escutei muito dos jogadores, e de pessoas ao meu redor que sabem como funciona o Corinthians, do apoio incondicional. Ouvi isso contra o Criciúma. Mesmo perdendo, a torcida continuou cantando, sem vaiar. Isso é muito importante para a gente.. A cartilha é válida, ainda mais para jogadores como eu, que estou chegando agora no clube, mas serve para todos como um todo."
Pode jogar pelo lado esquerdo?
"Me viro bem com a perna esquerda, fruto de muito trabalho. Mas sempre vou estar à disposição, seja pela direita, esquerda, no meio… Porém, por tanto jogar pelo lado direito da zaga, sei das minhas qualidades, coisas que só no seu lado dominante você consegue fazer. Isso se potencializa mais quando estou no lado direito."
Possibilidade de convocação para Seleção Brasileira
Sobre Seleção, sou um ambicioso com pé no chão. Sei do poder que o Corinthians tem em levar jogadores para a Seleção, é um sonho de criança. Sei que minha idade não favorece tanto. Mas vou focar no Corinthians, ajudar a equipe, e se um dia o Dorival achar que é o momento, vamos ver o que acontece.
Momento de pressão no clube
"Sobre a pressão, acho justa, necessária, sempre estabelecendo um limite. A violência, agressão, está totalmente descartada, mas a pressão é boa e necessária. A gente deve receber pressão, independentemente da circunstância. É para entender que não podemos ficar nessa situação. Mas a pressão é dos dois lados, para que a gente saia dessa situação e que eles nos apoiem quando estivermos brigando por algo grande."
Mata-mata contra o Grêmio
"O que significa mais fraco e forte no Brasil? Tem muito time forte, camisa pesada. Todo time tem uma extrema dificuldade, não existe essa. Quando se trata de mata-mata, o próprio nome já diz. É o Grêmio. Eles estão em uma situação difícil, mas eles vão entrar com a mesma fome que a nossa. Isso existe no Brasil, cabe a gente entender que eles vão entrar com essa vontade, mas nós precisamos querer mais. Ambos vivem situações parecidas e vão usar esse jogo para sair dessa situação."