O atacante do Tottenham é o grande candidato a ocupar a posição de centroavante na Copa do Mundo, onde a Seleção de Tite, uma das favoritas, estreia contra a Sérvia no dia 24 de novembro. Suíça e Camarões completam o Grupo G.
Richarlison, de 25 anos, disputou boa parte das Eliminatórias Sul-Americanas atuando pelas pontas, função que também cumpre na Inglaterra. Ele se apropriou do comando do ataque a partir da Copa América de 2021, depois da queda de rendimento de Roberto Firmino e de o peso de ser o 'homem-gol' do time recair sobre Neymar.
Na Copa América, que terminou com o título da Argentina, o 'Pombo' marcou apenas um gol em sete jogos, mas nas Eliminatórias ele foi o vice-artilheiro da equipe (6), atrás de Neymar (8).
"Pela Seleção eu tenho feito muitos gols, a qualquer momento eu posso marcar. Na Seleção tenho jogadores de alto nível do meu lado, acho que ali minha confiança é muito grande", disse o atacante no mês passado no programa Esporte Espetacular, da TV Globo.
A concorrência
Richarlison foi titular em três dos últimos quatro jogos da Seleção antes do Mundial, marcando quatro gols nas vitórias sobre Coreia do Sul, Gana e Tunísia.
Em meados de outubro, machucou a panturrilha durante um jogo do Campeonato Inglês, mas a lesão não deve colocar em risco sua convocação.
Richarlison forma dupla de ataque com Neymar, que costuma jogar pelo lado esquerdo ou centralizado, e é abastecido por Lucas Paquetá ou algum ponta veloz como Vinícius Júnior, Raphinha ou Antony.
Apesar de sua eficiência e dos elogios de Tite, o treinador testou outro esquema tático sem ele, quem sabe para o caso de seca dos candidatos à posição: Neymar no comando do ataque com Paquetá na função de camisa 10 e dois pontas.
"Perdemos um pouco a referência do 9 como centroavante, não sei por que mudou, mas não temos mais essa posição. Acho que o mais próximo é Richarlison, mas ele também sai bastante da área", disse à AFP Careca, um dos artilheiros da Copa de 1986, no México.
Para Careca, Pedro, campeão e artilheiro da Libertadores (12 gols) pelo Flamengo, é o jogador que reúne mais características de um "9 clássico" entre os candidatos.
"Pedro pode ser uma peça importante porque é um nove à moda antiga, do passado. Tem boa mobilidade, está muito bem com o clube, é alto, bem de cabeça, vai no um-dois. Acho que ele pode fazer a diferença", explicou.
Seca de artilheiros
"A Copa do Mundo é outra coisa. Muitas vezes a gente começa com um time e termina com outro. Tite tem o melhor problema, que é ter muitos bons jogadores", disse o ex-atacante Ronaldo em entrevista em outubro, em São Paulo.
O Fenômeno foi justamente o último grande camisa 9 da Seleção em um Mundial, na Coreia do Sul e no Japão em 2002, onde o Brasil ganhou seu último título com ele como artilheiro (fez oito dos 18 gols da Seleção no torneio).
A partir de então, os centroavantes brasileiros tiveram atuações abaixo do nível de Ronaldo e Romário, considerado o melhor jogador do tetra em 1994, nos Estados Unidos, onde marcou cinco gols.
Ronaldo também balançou as redes três vezes em cinco jogos em 2006, assim como Luís Fabiano em cinco jogos em 2010.
Em 2014, a Copa do inesquecível 7 a 1 para a Alemanha nas semifinais, e em 2018, na Rússia, o artilheiro do Brasil foi Neymar, com seis gols somando as duas edições.
Nessas duas Copas, entre os quatro centroavantes que jogaram - Fred, Jô, Firmino e Gabriel Jesus, apenas dois marcaram.
"Hoje temos um leque muito forte de jogadores que podem resolver o jogo a qualquer momento. O ponto forte da seleção do Tite eu acho que é exatamente isso: a união que eles têm hoje dentro do campo, eles sabem que não depende unicamente de um jogador para ganhar a Copa do Mundo e isso vai ajudar bastante", disse à AFP Cafu, campeão do mundo em 1994 e 2002.