Dorival não vê goleada como resposta às críticas e quer resgatar paixão do brasileiro pela Seleção
Por Redação
São Paulo, SPDorival afirmou em entrevista coletiva logo após a vitória que era sabedor das dificuldades que iria enfrentar à frente da Seleção Brasileira. Ele reconhece a necessidade de reformular o grupo, mas disse que, desde o começo, avisou que este processo não seria "um mar de rosas".
"Não entendo desta maneira [uma resposta às críticas]. Vivemos há algum tempo no nosso país. Tanto como atleta, auxiliar e agora treinador. Sei o que enfrentaria, as condições em que estávamos, o que havia de necessidade a ser feito. E sabia que teríamos dificuldades. Coloquei em algumas oportunidades que não seria um mar de rosas. É uma possível reformulação, necessária, mas sempre respeitando muito os que aqui estavam e que podem voltar em alguma próxima oportunidade", comentou o treinador.
Uma das principais missões de Dorival Júnior como técnico do Brasil é recuperar a paixão da torcida pela Seleção. O treinador se mostrou contente com a forma como foi recepcionado em diversas cidades ao redor do país durante esta passagem e pretende desenvolver uma equipe que devolva a confiança ao torcedor.
"Fico feliz de ver a cumplicidade do torcedor novamente. A maneira como nos receberam nos enche de orgulho por estar vestindo a camisa da Seleção. Voltarmos a ter respeito no cenário do futebol mundial. Esse é um grande desafio para todos nós. Precisamos ajudar a resgatar essa paixão do nosso torcedor pela nossa Seleção. Fico feliz de estar vendo e acompanhando em todas as cidades que passamos, a forma como nos trataram, a confiança que nos passaram... Creio que isso acontece por estarem vendo a tentativa de se mudar alguma coisa. Para melhor, para buscar a confiança. E que possamos passar isso ao nosso torcedor. É tudo o que nós queremos que aconteça", disse.
Dorival, ainda, voltou a falar sobre a busca por uma Seleção Brasileira equilibrada. Ele vê a defesa do time ajustada e ainda quer fazer correções na parte ofensiva. Ele crê que a equipe está mais solta, mas alerta que há muito trabalho a ser feito pela frente.
"Vínhamos tendo uma sustentação defensiva na maioria dos jogos. O que nos faltava eram os ataques em profundidade, isso não vinha acontecendo. Nós jogávamos muito com a bola nos pés de cada jogador, existia uma aproximação. Quando existe isso, você trabalha na mesma linha e passa uma comodidade muito grande ao adversário. A partir da última data Fifa, batemos um pouco mais em cima. Temos que trabalhar coletivamente, às vezes temos a necessidade de fazer trabalhos específicos. Trabalhamos muitas infiltrações, movimentos de ataque. Isso nos deu mais profundidade. Talvez esse tenha sido o maior ganho. A equipe vem se soltando um pouco mais a cada momento. Mas volto a falar, ainda precisamos de muito trabalho, muita concentração para continuar criando sem sofrer no nosso sistema defensivo. É a busca por um equilíbrio que todos nós queremos", analisou.
Apesar do bom resultado, o time de Dorival Júnior segue na quarta posição da tabela de classificação. A equipe soma os os mesmos 16 pontos do Uruguai, terceiro colocado, mas perde no quesito saldo de gols.
A Seleção Brasileira agora volta a campo na data Fifa de novembro. No dia 14, o time visita a Venezuela, em Maturín, em duelo válido pela 11ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas. Em seguida, enfrenta o Uruguai em Salvador, na Arena Fonte Nova, no dia 19.