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(Foto: Alexandre Loureiro/COB)

Bia Souza fala sobre chance de medalhas nos Jogos de Los Angeles e afirma: "Vamos trabalhar para isso"

Gazeta Esportiva

Por Thais Bueno

São Paulo, SP
Na tarde desta quarta-feira, a campeã olímpica Beatriz Souza concedeu entrevista coletiva na sede do Esporte Clube Pinheiros, na capital paulista. A judoca estava na companhia de outros dois amigos do esporte: Willian Lima e Larissa Pimenta, medalhistas de prata e bronze, respectivamente.

A participação do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos de Paris se encerrou no último sábado com a conquista do inédito bronze por equipes - em que Bia Souza, Willian e Larissa estiveram presentes.

De volta ao Brasil após a história campanha na França, Beatriz Souza se mostrou radiante com as duas medalhas no peito. A judoca, porém, afirmou que o foco já é outro: a classificação para as Olimpíadas de 2028, que terão Los Angeles, nos Estados Unidos, como sede.

A brasileira foi questionada se o Brasil seguirá brigando por medalhas no judô na próxima edição dos Jogo. Bia, então, foi enfática ao afirmar que os judocas com certeza trabalharão muito para trazer novas conquistas para o Pinheiros e também para o país.

"Vamos trabalhar muito para isso, não tenho dúvidas. Essas medalhas só trouxeram mais força para a gente, só mais motivação. Em breve vamos voltar aos treinos, ainda mais focados, porque parece estar longe, mas Los Angeles também daqui a pouco está com as caras aí. É um passo de cada vez. Vamos primeiro voltar a treinar, buscar a vaga e depois a gente vê as medalhas. Mas vamos, trabalhar muito diariamente, para que a gente possa conquistar muito mais. Não só para o clube, mas para o Brasil todo", afirmou.




A atleta do Pinheiros também aproveitou para comentar sobre o desempenho feminino geral nas Olimpíadas de Paris. As mulheres tem sido responsáveis pela grande maioria das medalhas da delegação brasileiras em Paris. De 14 medalhas, nove foram conquistadas por mulheres.

"Acho que eu posso dizer em meu nome é em nome da Larissa também, que a evolução das mulheres está cada vez maior. Nos esportes onde a mulherada era minoria, está se tornando a maioria. É incrível assistir o empoderamento da mulher a cada dia. Estamos em busca ainda mais do reconhecimento da força da mulher. Poder trazer esse título, poder fazer parte do grande número de medalhas para as mulheres, mostra mostra muita força que a mulher tem, não só aqui no Brasil, mas no mundo. Espero que sirva mais incentivo para todas. Nós somos fortes, nós somos sim capazes de conquistar o mundo e acho que é muita questão de acreditar, acreditar o tempo todo. Não vai ser fácil, mas acho que a questão do fato de você colocar fé, corpo e alma naquilo que acredita. Acho que a gente está no passo certo pra sermos a maioria e muitas coisas", salientou a judoca.

Por fim, Bia ainda deixou um conselho para os judocas da nova geração que desejam construir uma carreira de sucesso no esporte, ressaltando a necessidade de sempre dar ouvidos aos treinadores.

"Acho que sempre vem o pensamento de 'Será que eu vou conseguir? Será que tudo isso vai dar certo? Será realmente que tudo isso é o suficiente?'. A gente sempre às vezes vem com esses pensamentos, né? Mas se você acreditar todos os dias, se a sua entrega for de 100% a cada instante, eu acho que quando você chegar lá e você vai se sentir bem preparado. O meu conselho é: ouçam os técnicos de vocês. Pode ser duro muitas vezes, mas eu acho que as vozes experientes e vívidas valem a pena ser ouvidas. Ouçam, tenham persistência, muita coragem e acreditem o tempo todo. Se até o mesmo mínimo sonho pode ser realizado, acreditem que o maior que você tiver também pode", encerrou a atleta.


Confira mais aspas de Bia Souza na coletiva da última quarta-feira: 


Conquista do bronze por equipes:


"Eu costumo individualizar muito a questão do individual por equipe. Eu acho que acaba o processo da realização do meu sonho para a realização da minha equipe. E para os pesados é mais difícil, porque a gente acaba lutando dois dias seguidos. Então temos que acabar se organizando muito mais, fazer uma concentração, fazer um excelente aquecimento por conta do dia anterior. Mas ali, no por equipe, não tinha outra escolha a não ser lutar por cada um que estava ali. Acho que todo mundo conseguiu acompanhar o que ocorreu durante a semana. A gente precisava lutar por todos aqueles que não conseguiram sair dali com medalha e trazer esse título inédito para o Brasil em uma olimpíada seria acho que a maior conquista ali pro judô. Nos doamos muito ali, de corpo e alma em cada luta, em cada conquista. Cada luta era uma final, cada disputa… a luta do William se tornava minha, a luta do Baby se tornava minha, então a gente ali vira um só dentro do tatame buscando a medalha pra todo mundo".

Sobre ser "invencível" após ter perdido apenas uma luta:


"Na verdade eu não tinha pensado nisso dessa forma (risos). Não sei, não passou pela minha cabeça, mas eu estava a todo instante focada ali em cada luta, tanto no individual quanto no por equipe. O pensamento e o foco era só dar tudo de mim e colocar em prática tudo o que nós vínhamos treinando durante todos esses meses. A gente fez um trabalho muito específico aqui no clube em relação à cada adversário e cada situação, então eu estava me sentindo muito bem preparada, independente de quem viesse. Eu fico muito feliz, não só pelo resultado, mas sim pelo fato de ter conseguido colocar em prática exatamente tudo o que a gente tinha estudado e treinado durante todo o período que a gente fez aqui de preparação".

Sobre se tornar referência para meninas mais novas:


"Eu fui muito bem referenciada na minha vida durante toda a minha trajetória. Primeiro dentro de casa com os meus pais, minha família, minha base. Eu tenho um marido incrível também ao meu lado. Desde de que eu entrei no judô, sempre tive atletas renomados, não só como colegas de clube, atletas de seleção, desde a época de base, mas eu posso dizer que eu tenho milhares de inspirações. Tenho excelentes referências e é um orgulho poder estar sendo uma referência, não só para todas as crianças, mas para todas as mulheres também, para todo mundo que tem um sonho, acaba desacreditando. Eu quero ser aquela imagem que a pessoa fala assim, meu, é possível, acreditem. Eu sou a realização da minha maior conquista. Eu fui atrás, eu busquei. Claro que não sozinha, o tanto que eu tive ajuda, não dá nem para contar nos dedos (risos). Mas o fato de persistir, superar todos os obstáculos, enfrentar todas as dores e se manter firme, acreditando em um único sonho. Viver essa realização é incrível. Então, eu espero poder passar isso para todos, de uma forma geral. Que acreditem, confiem no processo, por mais árduo que ele possa ser. No final, a recompensa é muito maior do que a gente espera".

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