André Brasil não se coloca como ídolo e vê país mais forte do que nunca
Por Lucas Toso*
São Paulo, SPUm dos maiores nomes da natação paralímpica brasileira, André Brasil possui sete medalhas de ouro em seu currículo, quatro em Pequim 2008 (50, 100 e 400m livre e 100m borboleta) e três em Londres 2012 (50 e 100m livre e 100m borboleta). O nadador ainda possui mais três medalhas de prata (duas em Londres e uma em Pequim. Mesmo com tantas conquistas, o carioca prefere não se colocar como um ídolo do esporte.
“Eu sou só o 'Andrezinho' da dona Tânia e do seu Carlos, não sou esse ícone que todo mundo coloca. Sou uma pessoa comum como qualquer outra, um cara que vai buscar o seu melhor ali e se tiver que sangrar vai sangrar, se tiver que doer vai doer muito”, afirmou o nadador após sua sessão de treinos no Centro Paralímpico de São Paulo nesta quarta-feira.
Assim como outros grandes nomes do esporte paralímpico brasileiro, como Alan Fonteles, do atletismo, Ricardinho, do futebol de 5, e Clodoaldo Silva, também da natação, André participa de uma aclimatação realizada na capital paulista em preparação para as Paralimpíadas. O evento, sediado no Rio de Janeiro, terá início no próximo dia 7 de setembro.
“Há um bom tempo que eu venho falando que estou ficando ‘titio’ para essa galera nova, mas minha vontade ainda é de garoto, quero produzir o melhor que posso fazer. Minha meta é fazer o melhor possível. A torcida é um fator motivacional para que a gente tenha uma grande festa”, afirmou André, que ainda foi categórico sobre o Time Brasil: “acho que a gente vem forte como nunca”.
André também acredita que os Jogos Paralímpicos do Rio terão uma importante função de mudar os preconceitos tradicionais em relação aos atletas deficientes. “Fico um pouco entristecido, chateado, porque nunca me vi diferente do Cesar (Cielo), do Thiago (Pereira), grandes ícones da natação olímpica desse pais Acho que os Jogos do Brasil vêm para mudar isso de que as Paralimpíadas são segundo plano, como tanta gente fala. Acho que temos que mudar nossa casa para transformar o mundo”, acrescentou ainda o nadador.
“O centro foi um primeiro passo para uma transformação cultural. Primeiro mostrar que seja olímpico ou paraolímpico, a gente precisa de instalações para desenvolver um bom trabalho e para mostrar que se você não tiver uma estrutura bacana para produzir algo melhor, não funciona”, pontuou o atleta de 32 anos.
Já olhando para os Jogos de Tóquio 2020 como possivelmente sua última participação paralímpica, André convocou a torcida brasileira para apoiar os atletas no Rio. “Eu convido a todos a fazerem parte da minha família, seja pelo Brasil do meu sobrenome ou o Brasil de qualquer outro atleta. Tenho certeza mais que absoluta que a gente não vai decepcionar”, completou.
*Especial para a Gazeta Esportiva