Bia Haddad Maia minimiza lesão e mantém planejamento para 2017
Por Camila Del Manto Bomtempo*
São Paulo, SPEm 2016, a tenista brasileira Beatriz Haddad Maia viveu o melhor ano de sua carreira profissional. Aos 20 anos, a atleta conquistou dois títulos de ITF de 50 mil dólares, além de atingir o posto de número 1 do País no ranking mundial da WTA, sendo superada recentemente por Paula Gonçalves.
Nesta semana, contudo, Bia foi forçada a interromper sua pré-temporada após sofrer um acidente doméstico. Porém, a principal esperança do tênis feminino brasileiro não está disposta a deixar um problema atrapalhar seus planos. Em conversa com a Gazeta Esportiva, a paulistana afirmou que se preparará para o restante do ano, adaptando-se após sua lesão.
"Foi uma fatalidade e tem coisas na vida que não controlamos. Portanto, isso não influencia em nada. Apenas adiarei alguns torneios e vou rever meu calendário assim que voltar aos treinos. O mais importante agora é ficar tranquila, aproveitar com minha família e fazer o que tenho que fazer hoje", disse.
A tenista, inclusive, revelou que seu principal objetivo na próxima temporada não envolve títulos ou alcançar posições no ranking mundial (atualmente, a brasileira é a 174ª colocada). A expectativa de Bia é continuar a atuar sem sofrer com problemas físicos. Apesar de apenas 20 anos, a atleta apresenta um histórico de lesões na carreira.
"Expectativa, na realidade, não tenho nenhuma. Acho que é continuar na linha de manter meu físico bom, sem lesionar, com a prioridade sempre sendo meu corpo. Ainda vou continuar jogando Challengers, alguns qualificatórios de WTA, mas isso depende do meu ranking e dos meus resultados", continuou.
Apesar de seguir bem fisicamente ser a principal meta, Haddad Maia não esconde seus desejos profissionais no mundo do tênis. Inclusive, a jogadora ressaltou sua vontade de utilizar o esporte como uma ferramenta de ajuda às pessoas.
"Meu sonho é ganhar Roland Garros. Acho que pelo fato de o Guga ter ganho no Brasil, foi o primeiro Grand Slam que eu ouvi falar. Então, meu sonho é ganhar um Grand Slam e estar entre os melhores. No futuro, ajudar as pessoas e conseguir contribuir com o tênis para crianças", declarou.
A temporada de 2016 de Bia terminou em grande estilo. Em novembro, a tenista conquistou dois títulos de ITF de 50 mil dólares, em Scottsdale e em Waco, ambos nos Estados Unidos, o que renderam à brasileira posições no ranking mundial e o topo da lista feminina brasileira. A paulistana revelou que confiar nela mesma fez a diferença.
"Eu estava viajando com o Paulo, que é o fisioterapeuta e passa bastante confiança, principalmente em relação ao físico. Fizemos um trabalho mental legal também. É uma soma de tudo. Continuei a minha rotina, fazendo tudo que eu tinha que fazer, mantive mais ou menos as mesmas coisas. Acho que o diferencial foi acreditar, ficar focada no que eu tinha que fazer e tentar melhorar", destacou.
Mesmo que ainda siga organizando seu calendário de 2017, Bia tem certeza de que não disputará uma competição: o WTA Internacional do Rio de Janeiro. No próximo ano, acontecerá apenas a disputa masculina, uma vez que a direção vendeu a data para o torneio feminino ser realizado em Budapeste, na Hungria, devido ao conflito de interesses com campeonatos de maior porte, fazendo com que poucas tenistas de expressão atuassem na capital carioca. Haddad Maia, por sua vez, acredita que a decisão tenha sido acertada.
"Para mim, é entendível terem vendido o torneio. Fazer uma competição é muito amplo, envolve muitas coisas, patrocinadores. Vendo o lado positivo, é bom, porque a disputa foi para a Europa, e é onde o tênis está. Talvez quanto mais eu jogar fora do País e competir com as meninas que são desse nível, para mim é melhor. Eu entendi e achei tranquila a decisão", finalizou Bia.
*Especial para a Gazeta Esportiva