Os clubes que não foram incluídos no material são: Cruzeiro, CRB, Ituano, Juventude, Londrina, Mirassol, Novorizontino, Sampaio Corrêa e Tombense, pois até a finalização desta análise, não haviam publicado suas demonstrações financeiras.
"Quando falamos da receita total, um ponto se destaca: as 5 maiores receitas de 2023 (Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Athletico e Fluminense) representam 42% do total", observou Pedro Daniel, Diretor Executivo de Esporte da empresa. "Pelo 3º ano consecutivo e apresentando faturamento recorde, o Flamengo é o único clube a ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão em receita total", complementou.
Outro ponto interessante é que R$ 8,7 bilhões são referentes à receita sem considerar a transferências de jogadores dos clubes brasileiros em 2023. "Esse tipo de receita teve uma evolução de 238% nos últimos 10 anos e aumento de 43% entre 2022 e 2023", explicou o executivo.
As receitas com Direitos de Transmissão e Premiação, Matchday e Transferências de jogadores seguem entre as três principais do último ano. "As receitas de transferência vem aumentando sua representatividade e se consolidando como a segunda maior fonte de arrecadação dos clubes. Nesta década, em média, 20% da arrecadação total do futebol brasileiro é oriunda das vendas de atletas", afirmou Pedro.
Analisando as receitas com direitos de transmissão e premiação é importante destacar que em 2023 os clubes integrantes da Liga Forte União (LFU) venderam parte dos seus direitos de participação na Liga com o propósito de negociar seus direitos comerciais do Campeonato Brasileiro, das temporadas de 2025 a 2074 (50 anos) e potencializou o crescimento desse grupo de receita em relação ao ano anterior.
Diante deste cenário, 40% do valor se concentrou em apenas cinco clubes (Fluminense, Flamengo, Internacional, Botafogo e Athletico-PR). "O Tricolor Carioca aumentou suas receitas de Direito de Transmissão e Premiação em 256%, alavancado também pela conquista da Copa Libertadores, que rendeu R$ 129 milhões", apontou o executivo.
As conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores aumentaram as receitas de matchday em 60% e 106% para São Paulo e Fluminense, respectivamente, quando comparado a 2022. Enquanto isso, o Atlético-MG também teve um aumento de 26% com a inauguração do novo estádio.
Já quando o levantamento aponta a questão do endividamento, a EY analisa três aspectos: endividamento líquido, empréstimos e tributário. "Enquanto as dívidas tributárias aumentaram em 7%, os empréstimos e o endividamento líquido total diminuíram em 23% e 9%, respectivamente, em relação ao ano anterior. E em valores absolutos, a queda do endividamento líquido representa, aproximadamente, R$ 900 milhões. Movimento também afetado pelas receitas provenientes das vendas de participação na LFU", contou Pedro.
No último ano, o Botafogo foi o clube que apresentou o maior endividamento líquido, correspondente a 11% do valor total dos clubes e foi o único acima de R$ 1 bilhão. Junto com Corinthians, Atlético-MG, Vasco e São Paulo, o endividamento líquido dos cinco clubes representa 44% do total.
Em contrapartida, Flamengo, Atlético-MG, Internacional, Coritiba, Sport e Fortaleza reduziram suas dívidas em 75%, 48%, 21%, 12%, 40% e 80% respectivamente, em relação ao ano de 2022.
Sobre endividamento tributário, o Corinthians foi o 1º colocado no ranking, com valor acima de R$ 600 milhões, seguido por Botafogo (R$ 443 milhões) e Fluminense (R$ 398 milhões). Já São Paulo, Grêmio, América-MG e Ceará ampliaram suas dívidas tributárias, respectivamente, em 4%, 15%, 12% e 17%. Dentre os que tiveram redução do endividamento tributário, estão Flamengo, Santos, Athletico-PR e Sport com quedas de 21%, 12%, 39% e 21%.