Pelé morre aos 82 anos de idade por complicações do câncer no cólon
Por Redação
São Paulo, SPO último boletim médico divulgado na quarta-feira da semana passada informava que o quadro havia tido progressão, com necessidade de maiores cuidados relacionados às disfunções renal e cardíaca. Nesta quinta-feira, em novo boletim, o hospital confirmou a morte do Rei por conta de falência de múltiplos órgãos.
"O Hospital Israelita Albert Einstein confirma com pesar o falecimento de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, no dia de hoje, 29 de dezembro de 2022, às 15h27, em decorrência de falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do câncer de cólon associado à sua condição clínica prévia", divulgou o hospital.
No final de dezembro de 2021, Pelé havia ficado dois dias internado no mesmo hospital. Ele lutava contra o tumor desde setembro do mesmo ano, quando passou por cirurgia para sua retirada.
Nascido em Três Corações, no estado de Minas Gerais, Edson Arantes do Nascimento teve suas primeiras oportunidades no futebol na cidade de Bauru, no interior de São Paulo. O ex-jogador passou pelo Ameriquinha e pelo Bauru Atlético Clube antes de chegar ao Santos, em 1956.
Pelé tornou-se o maior ídolo e artilheiro da história do Santos, marcando época em um dos times mais vitoriosos do esporte. Ao lado de Pepe, Dorval, Coutinho e Mengálvio, conquistou seis Brasileirões, duas Copas Libertadores, dois Mundiais e dez Estaduais, consagrando a "camisa 10" do clube alvinegro.
Além do Santos, Pelé colocou seu nome na história ao vestir a camisa da Seleção Brasileira. Com a amarelinha, conquistou três Copas do Mundo, em 1958, 62 e 70. Além disso, acumula diversos feitos individuais: o maior artilheiro do Brasil, com 77 gols, ao lado de Neymar, que atingiu o feito na Copa do Catar; o jogador mais jovem a marcar um gol em Copa, se destacando também por ter balançado as redes duas vezes na decisão de 1958, contra a Suécia, e outra na final contra a Itália, em 1970.
Em sua carreira, foram 1283 gols marcados em 1366 partidas disputadas, tendo uma média de 0,94 tentos por jogo. Pelé foi reconhecido não apenas pelos gols ou títulos conquistados, mas pela maneira encantadora que se apresentava com a bola nos pés. Após se aposentar no futebol brasileiro, Edson se despediu do esporte com a camisa do New York Cosmos, com um contrato que explorava comercialmente a imagem do atleta.
Mesmo depois de sua aposentadoria, o ex-jogador seguiu sendo reconhecido como um ícone mundial, participando de novelas, filmes, jogos eletrônicos e se arriscando na música.
"Perguntem a qualquer zebra de Jardim Zoológico: 'Qual é o maior jogador do mundo?'. Todas as zebras dirão, numa cálida unanimidade: 'Pelé'. Do esquimó ao chinês, do russo ao alemão, do patagônio ao egípcio, todos acham que Pelé realmente é o grande craque do presente, do passado e do futuro", escreveu Nelson Rodrigues, grande escritor brasileiro.
Pelé manteve também uma participação ativa no meio esportivo, tendo sido nomeado para o cargo de Ministro do Esporte, em 1995, pelo então presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, quando propôs a Lei Pelé, visando reduzir a corrupção no futebol brasileiro, além de seu trabalho como embaixador da ONU, na área de ecologia e meio ambiente.