Formado no Athletico Paranaense, o brasileiro de 29 anos saiu cedo para o futebol europeu e passou seis temporadas no futebol alemão, onde defendeu o Ingolstadt e o Wolfsburg, antes de acertar com o Al Sadd, em 2023. No novo clube, o lateral foi titular em todos os 21 jogos até a conquista do título, ficando de fora de apenas 7 minutos e contribuindo com 2 gols e 4 assistências na campanha.
Mas como o Al Sadd, uma equipe sem astros internacionais, consegue se sobressair em uma liga repleta de grandes estrelas? Paulo Otavio responde: “Realmente, nosso elenco não conta com grandes astros, se você for comparar com o Al Duhail, que tem um craque como o Philippe Coutinho, ou o Al Arabi, que tem o Marco Verratti, por exemplo. Mas acho que o Al Sadd faz os investimentos mais inteligentes da liga, sem dúvidas. Temos um plantel muito homogêneo, que conta por exemplo com 6 titulares da seleção do Catar que há pouco tempo foi bicampeã da Copa da Ásia”.
O brasileiro afirma que há muito talento disponível, mesmo em nomes de menor impacto midiático: “Nossa equipe tem o (Gonzalo) Plata, da seleção do Equador, o (Mateus) Uribe, da seleção colombiana e o Akram Afif, que talvez hoje seja o melhor jogador do futebol asiático. Eu pude jogar por anos na Bundesliga, disputar a Champions League e sinto que isso faz muita diferença para seguir jogando em alto nível seja onde for. Temos também o Guilherme, ex-Corinthians, e o Giovane, que veio do Palmeiras e das seleções de base. É
um projeto bem pensado”.
A presença brasileira, aliás, é uma marca registrada da Liga das Estrelas do Catar. Além de Paulo Otavio, o Brasil tem mais 13 atletas que disputaram essa edição da competição e é disparadamente o país que mais cede estrangeiros à liga catari. Nomes conhecidos como Philippe Coutinho, Rafinha Alcântara, Lucas Veríssimo, Róger Guedes, Thiago Mendes, Lyanco e Gabriel Pereira todos estiveram presentes na temporada 2023/24 do Catar, e a tendência é que esse número aumente.
“São jogadores que só abrilhantam a liga, assim como europeus como o Verratti, o Javi Martínez, o Draxler e o Rodrigo. Jogar em estádios de Copa do Mundo e enfrentar caras desse nível toda semana é algo que te motiva a estar sempre no melhor da sua forma”, avalia Paulo Otavio. “Pelo que vejo, o Catar olha cada vez mais para o mercado brasileiro, e busca jogadores que estejam no auge, para viverem seus melhores anos aqui”, conclui
o lateral.