"Atribuir a Copa do Mundo ao Catar foi um erro", escreveu o ex-jogador em um artigo publicado no jornal alemão Die Zeit.
Lahm, diretor da Eurocopa 2024, que criticou a realização do Mundial no Catar em várias ocasiões, reiterou que não vai viajar ao país, mas disse que irá acompanhar o torneio pela televisão.
"Os homossexuais ainda são criminalizados, as mulheres não têm os mesmos direitos que os homens, a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão são restringidas", disse o ex-lateral direito de 39 anos, descrevendo como "assustadoras" as condições de trabalho dos trabalhadores estrangeiros.
"Este contexto não me interessa como fã do futebol", acrescentou, acusando a Fifa de "ter causado danos ao futebol" ao escolher o Catar como sede. "O futebol não é um esporte popular no Catar e praticamente não há oportunidades para as meninas jogarem futebol", continuou Lahm, denunciando o conservadorismo do país.
A Fifa anunciou o emirado como sede da Copa de 2022 em 2010, passando a ser o primeiro país árabe a organizar o evento. Tal eleição provocou críticas constantes pelo tratamento da comunidade LGBTQIA+, mas também de trabalhadores estrangeiros, bem como pela climatização de sete dos oito estádios, que custaram US$ 6,75 bilhões, cerca de R$ 35 bilhões.
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— FIFA World Cup (@FIFAWorldCup) November 13, 2022
Na última terça-feira, a ministra do Interior da Alemanha criticou as declarações do ex-jogador catari e atual embaixador do Mundial, Khalid Salman, que classificou a homossexualidade como um "dano mental". Um dia após a fala, Salman alegou que as declarações "foram tiradas de contexto", mas reafirmou que a cultura conservadora do Catar "não vai mudar por causa da competição".
O Catar, onde a homossexualidade é crime, espera mais de um milhão de visitantes para o torneio e garante que todos os torcedores serão recebidos "sem discriminação" durante a competição, que será realizada de 20 de novembro a 18 de dezembro.