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Gol de canela de Diego Souza classifica o São Paulo na Sul-Americana

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar e José Victor Ligero

O São Paulo está na segunda fase da Copa Sul-Americana. A vitória na noite dessa quarta-feira tinha tudo para acontecer sem grandes sustos, não fossem os gols inacreditáveis que os mandantes desperdiçaram nos minutos iniciais. Quis o destino que um gol de canela de Diego Souza, meio sem querer, garantisse o triunfo por 1 a 0 diante de pouco mais de 33 mil torcedores no estádio do Morumbi. O drama no fim depois das expulsões de Cueva e Petros só serviu para que a vaga fosse ainda mais festejada pelos tricolores.

Desde de antes do início, o clima era de decisão. A torcida do São Paulo entendeu a importância de apoiar o time para não ficar mais um ano apenas com o Campeonato Brasileiro em vista a sete meses do fim da temporada. A recepção, então, foi de gala, com o tradicional ‘corredor de fogo’ no portão principal da casa tricolor.

O time entendeu o recado e entrou em campo com a faca nos dentes. Embalado por um Morumbi não lotado, mas cheio e empolgado, o time de Diego Aguirre teve três chances daquelas que parece mais difícil errar do que colocar a bola na rede.

Mas não há torcedor que perdoe os gols que Diego Souza, Petros e Nenê desperdiçaram. O primeiro furou de dentro da pequena área. Na sequência, o volante, totalmente livre, conseguiu errar o alvo praticamente embaixo do travessão, já sem goleiro a sua frente. Enquanto o meia, cara a cara, parou em defesa milagrosa de Jeremias Ledesma.




Tudo isso antes do cronômetro atingir os 20 minutos de jogo. Seria o início de partida perfeito para os são-paulinos ganharem de uma só vez a tranquilidade que precisam no campo e também o respaldo de seus torcedores mais impacientes.

Os erros diante da meta argentina tão difíceis de explicar, no entanto, mudaram o panorama do jogo. O Rosario Central, aliviado pelo benefício da incompetência ofensiva do São Paulo, teve a inteligência de colocar a bola no chão e esfriar o ímpeto tricolor.

Antes do intervalo, Sidão ainda fez boa defesa após finalização rasteiro de Da Campos, o que não impediu as vaias assim que soou o apito do árbitro para decretar o fim do primeiro tempo.

Depois de 15 minutos para acalmar sua insatisfação, a torcida são-paulina talvez tenha refletido e entendido o quão poderia atrapalhar seus já tensos e pressionados jogadores em campo. O que se viu, então, foi o apoio de volta assim que o esquadrão tricolor retornou dos vestiários.

Com Arboleda no lugar de Anderson Martins, que sentiu uma pancada na perna, o São Paulo demorou a engrenar na etapa final. Percebendo isso, Aguirre resolveu sacar Valdívia, que não foi bem em seu retorno à titularidade depois de quatro confrontos, para apostar em Cueva.

Na sequência, o Morumbi silenciou por alguns segundos. Marco Rubén encontrou Pereyra dentro da área. O atacante argentino bateu de primeira, a bola raspou a trave de Sidão e o coração dos tricolores voltou a bater aliviado.

Era hora de dar a resposta, até para não deixar a tolerância de sua torcida chegar ao fim cedo demais. Liziero, então, tirou o coelho da cartola e encontrou Reinaldo com espaço dentro da área. O lateral esquerdo bateu cruzado, a bola tocou na trave e foi de encontro a canela de Diego Souza, que mesmo no susto, mandou para as redes e fez explodir o Morumbi.

De criticado e quase emprestado, Diego Souza já é o artilheiro da equipe no ano, com cinco gols, e ao ser substituído por Tréllez ouviu mais que aplausos, e teve o nome gritado por parte da torcida.

Como era de se esperar, o Rosario contava com sua força defensiva para tentar especular nos contra-ataques, ou no mínimo levar a decisão aos pênaltis. Ao levar o gol, a responsabilidade mudou de lado, e aí faltou força de reação e futebol para os visitantes buscarem o empate que lhes daria a classificação. Apenas 19º no Campeonato Argentino e com técnico interino no comando, o Rosario agora acumula seis jogos sem saber o que é vitória – cinco derrotas e um empate.

O São Paulo, é verdade, não voltou a assustar. Mesmo assim, fez o que dele se esperava: venceu, se classificou e evitou a repetição do cenário de 2017, quando o time ficou apenas com o Campeonato Brasileiro em disputa antes mesmo da virada de semestre.

Como não podia deixar de acontecer, teve confusão nos minutos finais e o São Paulo acabou o jogo com menos dois atletas em campo: Cueva e Petros foram expulsos. O que só serviu para motivar os gritos de "time de guerreiros" vindo das arquibancadas.

Pela Copa Sul-Americana, o time terá de aguardar sorteio da Conmebol. Por enquanto, sabe-se apenas que a segunda fase acontecerá entre os dias 15 julho e 18 de agosto. Já no domingo, o desafio é contra o Bahia, na Fonte Nova, em Salvador, às 16 horas (de Brasília).

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 X 0 ROSARIO CENTRAL


Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 9 de maio de 2018, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Eber Aquino (PAR)
Assistentes: Milciades Saldivar (PAR) e Carlos Caceres (PAR)
Público: 33.862 torcedores
Renda: 
R$ 755.365,00
Cartão Amarelo: Jucilei (São Paulo); Da Campo, Camacho e Leonardo Gil (Rosario Central)
Cartão Vermelho: 
Cueva e Petros (São Paulo)


GOL:
SÃO PAULO: Diego Souza, aos 15 minutos do segundo tempo


SÃO PAULO: Sidão; Régis, Anderson Martins (Arboleda), Bruno Alves e Reinaldo; Jucilei, Petros, Liziero e Nenê; Valdívia (Cueva) e Diego Souza (Tréllez)
Técnico: Diego Aguirre


ROSARIO CENTRAL: Ledesma; Ferrari, Mauricio Martínez, Cabezas e Parot; Ortigoza, Da Campo (Lovera), Leonardo Gil, Joaquín Pereyra (Herrera) e Camacho (Zampedri); Marco Rubén
Técnico: José Chamot


 

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