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Corinthians vai ter de pagar R$ 40 milhões à PixBet e pode sofrer ação por assinar com a VaideBet

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

São Paulo, SP
O Corinthians vai ter de arcar com o pagamento de R$ 40 milhões à PixBet, empresa que ocupava a omoplata da camisa do time masculino. Além disso, o clube corre o risco de ser processado pela antiga parceira.

ENTENDA O CASO

A Gazeta Esportiva apurou que a PixBet pagou ao Timão R$ 30 milhões em luvas em referência ao contrato de três anos, assinado em dezembro de 2022. O acordo previa exclusividade na camisa sobre empresas do ramo de apostas.

Nos últimos meses de 2023, a PixBet ofereceu R$ 75 milhões anuais ao Corinthians para migrar da omoplata para o espaço nobre da camisa, o chamado 'patrocinador máster'.

Em meio às negociações, o clube passou por uma eleição e Duilio Monteiro Alves deu lugar a Augusto Melo, presidente empossado no dia 2 de janeiro deste ano.

A partir daí, as conversas com a PixBet foram encerradas a pedido de Melo. No dia 7 de janeiro, o mandatário anunciou o acordo com a VaideBet, que se comprometeu a pagar R$ 120 milhões anuais por três temporadas, além de R$ 10 milhões em luvas.

Na ocasião do anúncio, Augusto Melo garantiu que a multa rescisória com a PixBet seria assumida pela VaideBet.

"Existe uma multa que era de R$ 30 milhões, da Pixbet, que cumpriu um ano (de contrato) e tem uma multa hoje de R$ 20 milhões, que ela (VaideBet) vai arcar. Fora esse patrocínio de R$ 360 milhões, ela arca com a multa", disse ele.

Conforme divulgado inicialmente pelo ge e confirmado pela Gazeta Esportiva, a afirmação de Augusto não condiz com o acordo assinado. A multa, que atualmente é de R$ 20 milhões devido à subtração do valor proporcional, terá de ser paga pelo próprio Corinthians e à vista, a não ser que a PixBet aceite uma proposta de parcelamento.

Não é só isso. A Gazeta Esportiva apurou que o Corinthians também vai ter de devolver à PixBet o valor proporcional das luvas recebidas, que assim como a quantia da multa, está avaliado em R$ 20 milhões.

Portanto, o Corinthians, que na véspera do anúncio da parceria com a VaideBet, recebeu R$ 20 milhões, entre luvas e primeira parcela, simultaneamente assumiu uma despesa de R$ 40 milhões com a PixBet.

As informações foram confirmadas à reportagem pela atual administração do clube.




AGRAVANTE

Existe o risco desta conta ficar mais alta para o Corinthians, isso porque o clube consumou o acordo com a VaideBet antes de assinar o distrato com a PixBet, com algum tipo de acordo firmado.

À Gazeta Esportiva, o Corinthians explicou que comunicou à PixBet por meio de uma notificação sobre a decisão de não dar sequência à parceria e que, a partir disso, passou a tratar apenas das pendências burocráticas sobre a rescisão. O clube entende que esta notificação representa um distrato, mesmo que unilateral.

A reportagem apurou que a PixBet estuda quais medidas tomar devido ao Corinthians ter vinculado a imagem do clube com a VaideBet antes do acerto comum às duas partes sobre a rescisão e o pagamento dos R$ 40 milhões, sob uma cláusula de exclusividade com empresas do mesmo ramo de apostas.

FLUXO DE CAIXA

A VaideBet assumiu o compromisso de transferir para o Timão R$ 10 milhões no início de todo mês pelo período de 36 meses.

Um adiantamento de valores para o clube referente a este acordo com o objetivo de sanar estas pendências emergenciais está praticamente descartado pelas pessoas envolvidas no negócio.

Vale lembrar que a VaideBet, conforme matéria publicada pela Folha de São Paulo, não está entre as 134 empresas que manifestaram ao Ministério da Fazenda interesse em explorar o setor e, por isso, a patrocinadora do Corinthians não terá prioridade para conseguir autorização para funcionar no Brasil.

Essa permissão do Governo será obrigatória a partir do segundo semestre deste ano e só as empresas que estiverem sob este crivo terão a condição de patrocinar clubes de futebol.

A Gazeta Esportiva apurou que as empresas precisam pagar uma taxa de R$ 30 milhões para terem tal autorização de operar no país.

À Folha, a VaideBet afirmou que prefere aguardar "até que os critérios legais estejam definidos, e também porque não existe qualquer obrigatoriedade (...) A marca confia que, diante do cenário atual, o Governo dará celeridade à análise de todos os pedidos formalizados".

Procurado pela Gazeta Esportiva, o Corinthians entende que não há prejuízo da imagem do clube neste caso e confia que a VaideBet conseguirá pagar a taxa ao Governo no momento mais adequado para operar no Brasil sem problemas legais.

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