Del Nero pede habeas corpus para não correr risco de ser preso em CPI
Por Redação
Investigado pela CPI do Futebol, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, entrou com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal Federal (STF). A manobra do cartola tem como objetivo impedir sua prisão e ainda lhe dar o direito de permanecer calado em futuro depoimento.
O requerimento de Del Nero foi aberta por três advogados, entre eles o da CBF, Carlos Eugênio Lopes. O responsável por ceder ou não o habeas corpus é o ministro do STF, Gilmar Mendes, que entende não haver urgência e por isso ainda não julgou o pedido.
“Levando em conta não haver qualquer elemento que traga a certeza da convocação (para depor), tampouco da realização da indigitada solenidade na data referida pelos impetrantes, é inviável a análise, neste momento, do pleito de urgência”, declara o ministro, adiando sua decisão porque Del Nero ainda não foi chamado para falar na CPI do Futebol.
O presidente da CBF é suspeito de ser o “co-conspirador número 12” de uma investigação feita pela Justiça dos Estados Unidos, por isso se resguarda. Ele não sai do país desde maio, quando em viagem à Suíça viu de perto seu antecessor, José Maria Marín, ser preso por corrupção. Neste período, o cartola faltou em nove compromissos da Seleção Brasileira em que supostamente deveria estar.
O pedido de habeas corpus é mais uma mostra da preocupação de Del Nero com os escândalos de corrupção deflagrados recentemente. No próximo dia 18, a CPI do Futebol avaliará a quebra de sigilo fiscal e bancário tanto do atual quando dos dois últimos presidentes da CBF, Marín e Ricardo Teixeira.
Na última quarta-feira, a “bancada da bola” do Congresso tentou encerrar a CPI ainda neste ano, mas o senador Romário conseguiu entre seus pares reunir assinaturas suficientes para garantir mais seis meses de investigação.