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Ao invés de optar pelo aborto e a cirurgia que poderia ter revertido seu caso, Mônica deu à luz a Paolla, hoje com 13 anos (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Única mulher na esgrima, Mônica superou doença durante gravidez

Gazeta Esportiva

Por Lucas Toso

São Paulo, SP



Única representante mulher do Brasil na esgrima sobre cadeira de rodas, Mônica Santos em momento algum tira o sorriso do rosto. Colocada diante de uma escolha brutal há 14 anos, a esgrimista encontrou no esporte a superação plena e hoje, inclusive, se considera mais feliz do que quando ainda andava.

“Tive um angioma medular durante o segundo mês de gestação e os médicos queriam que eu interrompesse a gravidez para poder operar. Ao invés de interromper para voltar a andar eu optei em ter a nenê e só depois fazer a cirurgia”, afirmou em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva durante seu treino no Centro Paralímpico de São Paulo.

“Mas hoje minha filha está tri-bem com 13 anos, bonita e com saúde. Vai torcer bastante por mim. Hoje sou mais feliz do que quando eu andava, dou valor para outras coisas”, acrescentou a gaúcha de 33 anos natural de Santo Antônio da Patrulha.

Como deixou para realizar sua cirurgia após o parto, Mônica não conseguiu reverter seu quadro, mas hoje afirma que poderia ter sido pior. “Eu poderia ter ficado tetraplégica, mas acho que Deus compensou por eu não ter matado a sementinha que tinha em mim e fiquei paraplégica”, afirmou.

Hoje, Paolla tem 13 anos e está sempre presente nas lutas da mãe, seja nas arquibancadas ou na tatuagem que Mônica leva no braço esquerdo – aquele que não segura o florete. Na modalidade, a gaúcha já foi tetracampeã brasileira e bicampeã das Américas, sendo a única mulher brasileira a conquistar dois ouros internacionais na esgrima paralímpica.

“Quando andava, fazia futebol amador e não conhecia a esgrima. Após a lesão, comecei no basquete e fui apresentada ao jogo de espadas procurando esportes adaptados”, colocou Mônica, que espera muito apoio da torcida brasileira durante os Jogos. “Acho que vai ser bem positivo. Quando estiverem gritando lá na torcida, a gente vai estar bem focado, mas isso entusiasma ainda mais para querer chegar ao pódio”, afirma.

A gaúcha também exaltou o bom ciclo feito pelos esgrimistas, com treinos em até três períodos e intercâmbio entre atletas olímpicos e paraolímpicos. “No meu clube lá no Rio Grande do Sul a gente sempre faz essa integração. Treina o paralímpico durante a tarde e o olímpico durante a noite. É bom jogar com eles para ter mais velocidade e evolução”, comentou.

Por fim, a esgrimista acredita no forte time brasileiro para fazer história nos Jogos Paralímpicos. “O fato de ser no Brasil dá um gás muito importante. Estamos no nosso país, sem fuso, com aclimatação boa, então acho que vem mais medalhas do que em Londres. Lá tivemos um ouro em uma participação, mas agora temos seis competidores. Todo mundo aqui está dando seu máximo, seu melhor. Vamos entrar para dar muito trabalho”, completou.

Os Jogos Paralímpicos do Rio começam no próximo dia 7 de setembro. Já as competições de esgrima terão início no dia 12 e trarão medalhas até o dia 16. Assim como o craque da seleção de futebol de 5, Ricardinho, os nadadores Clodoaldo Silva e André Brasil, o velocista Alan Fonteles e os mesa-tenistas Welder Knaf e Bruna Alexandre, Mônica se prepara, assim como grande parte da delegação brasileira, no CT Paralímpico de São Paulo.

 

*Especial para a Gazeta Esportiva

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